Herbert Daniel

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Herbert Daniel
Herbert Daniel
Dados pessoais
Nascimento 14 de dezembro de 1946
Belo Horizonte, Brasil
Morte 29 de março de 1992 (45 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Partido PT (1980-1986)
PV (1986-1992)
Ocupação guerrilheiro, sociólogo,
jornalista, escritor

Herbert Eustáquio de Carvalho, conhecido como Herbert Daniel (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1946Rio de Janeiro, 29 de março de 1992), foi um escritor, sociólogo, jornalista e guerrilheiro brasileiro, integrante da luta armada contra a ditadura militar brasileira, instalada no país entre 1964-1985.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ex-estudante de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, como guerrilheiro, em oposição armada ao governo do Brasil quando o país era controlado pela ditadura militar,[1] Daniel integrou as organizações paramilitares POLOP, Colina, VAR Palmares e VPR.[2] De acordo com seu companheiro de lutas, Alfredo Sirkis, Daniel foi, durante um período, o líder intelectual da VPR.[3] Foi integrando essa última organização que ele participou dos sequestros do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, em junho de 1970, e do embaixador suiço no Brasil, Giovanni Bucher, em dezembro de 1970, o segundo deles junto com Carlos Lamarca, a quem também acompanhou na criação do foco guerrilheiro montado no Vale do Ribeira, em 1969.[4]

Um dos poucos integrantes da luta armada a escapar da prisão e das torturas, ele exilou-se em 1974, passando a residir com seu parceiro em Portugal, onde voltou a estudar medicina, e na França, onde exerceu o jornalismo.

Herbert Daniel foi o último exilado do regime militar instaurado em 1964 a ser anistiado.[3] Ele voltou ao Brasil em 1981, após o princípio da redemocratização. Militou no Partido dos Trabalhadores (PT), e participou da fundação do Partido Verde com outros dissidentes do PT. Daniel foi também um ativista pela ecologia e direitos dos homossexuais, tendo ele mesmo um relacionamento de vinte anos com o artista gráfico Cláudio Mesquita.[5] Daniel escreveu os livros Passagem para o Próximo Sonho, Meu Corpo Daria um Romance e Vida antes da Morte, entre outros.[1] Ele morreu em 1992, no Rio de Janeiro, vítima de complicações causadas pela AIDS.

O think tank ligado ao Partido Verde chama-se Fundação Verde Herbert Daniel em sua homenagem. Seu codinome na clandestinidade, "Daniel", acabou sendo incorporado a seu nome de uso profissional e público.[6]

A companhia teatral "Núcleo Experimental" desenvolveu um espetáculo musical autoral contando a trajetória de Herbert Daniel. O musical se chama "Codinome Daniel" e estreiou em 12 se Janeiro de 2024, em São Paulo, com texto, letras, e direção geral de Zé Henrique de Paula e música de Fernanda Maia.

Referências

  1. a b Rômulo Medeiros Pereira. "Escritas Transgressoras e Literaturas Marginais: um Olhar Histórico sobre a Geração pós 68 no Brasil".
  2. «Fundação Verde Herbert Daniel». Fvhd.org.br 
  3. a b «Alfredo Sirkis». Textos em memória de Leonel Brizola, Marcos Faerman, Herbert Daniel, Carlos Lamarca e Chico Mendes. Sirkis.com.br 
  4. «O Exílio Político». Reocities.com. Consultado em 25 de junho de 2011 
  5. «Figuras Emblemáticas da Responsabilidade». Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
  6. «Biografia». Reocities.com. Consultado em 25 de junho de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]