Este artigo analisa a percepção do CIEX, órgão de informações atuante na ditadura militar,
sobre os exilados brasileiros que chegaram à França nos primeiros anos após o golpe de
1964. Este grupo era composto, sobretudo, por figuras políticas de esquerda, além de
jornalistas e intelectuais, que tinham em comum a proximidade com o poder destituído. O
CIEX tinha a função especializada de produzir informações sobre assuntos estrangeiros,
assim, a produção de informações dedicadas à espionagem política de brasileiros que
buscavam denunciar no exterior as práticas repressivas sempre foi muito significativa. A
França foi um dos países que realizou uma das maiores políticas de recepção de exilados.
No entanto, exilar-se não figurou a possibilidade do exercício pleno das liberdades
políticas naquele país, já que o aparato repressivo brasileiro mantinha os exilados sob
vigilância constante.
Paulo César Gomes