“Tornar público o caso do assassinato homofóbico de Francisco Gomes Jobim, no site Documentos Revelados”, é uma oportunidade ímpar de romper com o silêncio e o anonimato de todos os homossexuais tragados pelos porões da ditadura. Significa também abrir caminho para que outras memórias clandestinas e inaudíveis possam invadir o espaço público e reivindicar sua presença na lista incomensurável de relatos de crimes cometidos pelo Golpe de O futuro é uma decorrência da própria natureza da política como atividade coletiva e plural. Enquanto a homossexualidade estiver incorporada ao regime dos “assuntos privados” não será possível consolidar movimentos coletivos de resistência a violência homofóbica. Neste sentido, o presente relato se oferece como uma oportunidade de ampliar o debate para a emergência de uma sociedade civil mais vigorosa, sempre atenta para se engajar na construção permanente de uma democracia aberta às diversidades e com respeito aos direitos humanos, em especial às diferentes identidades e orientações sexuais. A defesa dos direitos homossexuais e a defesa da democracia estão intrinsicamente relacionadas e devem caminhar juntas na grande temporalidade”
Solange Jobim e Souza