Movimento (1975-1981) foi um jornal revolucionário, jornal sem patrão, jornal dos jornalistas, de propriedade coletiva, sustentado por mais de 300 acionistas. Já nasceu com um programa político definido, de oposição à ditadura militar, pelas liberdades democráticas e em defesa dos interesses nacionais.
Mesmo mutilado pela censura durante a maior parte de sua existência, praticou o jornalismo por meio da reportagem, da apuração rigorosa dos fatos, da polêmica sobre as políticas do governo e os rumos da oposição. Investigou as entranhas do regime, descreveu a vida e a luta dos trabalhadores, denunciou a exploração, os crimes contra os direitos humanos e as ameaças à soberania nacional. Levou ao público um grande conjunto de informações que contribuiu para abrir espaço ao debate político, até então sufocado.
Movimento inspirou e divulgou campanhas que ao longo dos anos se tornaram vitoriosas, como a da defesa da anistia e a da assembléia nacional constituinte. Sua sede em São Paulo e as sucursais nos estados converteram-se em pontos de encontro de oposicionistas, em escolas de formação de novas lideranças, jovens colaboradores, muitos dos quais se tornaram líderes políticos de projeção.
Com persistência, enfrentou grandes dificuldades impostas pelo regime e também por divergências internas. Superou-as e contribuiu para a construção da frente democrática que derrotou o Estado de exceção e promoveu a Assembléia Nacional Constituinte, a fonte criadora da Constituição de 1988 e do atual Estado de Direito.
Fundadores de Movimento:
Raimundo Rodrigues Pereira, Tonico Ferreira, Marcos Gomes, Bernardo Kucinski, Maurício Azedo, Jean Claude Bernardet, Elifas Andreato, Fernando Peixoto, Chico de Oliveira, Teodomiro Braga, Aguinaldo Silva e Chico Pinto.
http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2011/04/ATT00403.pdf