Durante os anos de chumbo, apenas algumas publicações enfrentaram heroicamente os censores, como foi o caso do “Movimento”, “Opinião”, “Pasquim”, “Versus”, “Em Tempo”. Era a chamada imprensa alternativa. Esse quadro somente começaria a mudar com as contradições em que se meteu a ditadura após a crise do petróleo. Num primeiro momento, foram os estudantes que começaram a exigir democracia. Depois, a partir de 1978, veio a onda de greves de São Paulo e do ABC, principalmente entre os metalúrgicos. Essa situação permitiu um ressurgimento da imprensa de caráter mais partidário. As publicações mais conhecidas eram a “Tribuna da Luta Operária”, do PCdoB; “O Companheiro”, do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP); “O Trabalho”, do grupo Liberdade e Luta e a “Voz da Unidade”, do PCB. No entanto, também começa a surgir uma imprensa mais tipicamente sindical, ainda sem vínculos partidários e fora da área de influência dos PCs. A fundação do PT, em 1980, preencheria essa lacuna. Mas, a criação da CUT três anos depois, como central sindical suprapartidária, ainda que sob forte influência petista, possibilitaria o fortalecimento de uma imprensa sindical forte e com relativa autonomia frente aos partidos. Já não eram veículos sob comando tão centralizado das direções partidárias, como acontecera sob o PCB.
A CUT motivou o surgimento de dezenas de jornais e boletins pelo país. O jornal “Tribuna Metalúrgica”, de São Bernardo, durante mais de 15 anos teve uma tiragem diária de 120 mil exemplares. No final da década de 1980, havia seis jornais diários de sindicatos cutistas.O Jornal do Metalúrgico, órgão do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá foi um deles.