Departamento (Estadual) de Ordem Política e Social/RS DOPS/RS ou DEOPS/RS RS Brasil
Médico legista:
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Gastão E. Schimer, Nicolau Amaro Guedes
Biografia
Documentos
Laudo de exame de corpo delito
Laudo de exame do IML/RS, de 25/03/70, realizado por Gastão E. Schirmer e Nicolau Amaro Guedes. Indica morte por suicídio no xadrez do DOPS/RS, no dia anterior, aos 53 anos de idade. ==============================================================
Ficha.
José Idésio Brianezi
Ficha Pessoal
Dados Pessoais
Nome:
José Idésio Brianezi
Cidade:
(onde nasceu)
Londrina
Estado:
(onde nasceu)
PR
País:
(onde nasceu)
Brasil
Data:
(de nascimento)
/1946
Dados da Militância
Organização:
(na qual militava)
Ação Libertadora Nacional ALN
Brasil
Nome falso:
(Codinome)
Mariano
Morto ou Desaparecido:
Morto
14/4/1970
São Paulo SP Brasil
R. Itatins, 88F, Campo Belo
Clandestinidade
Dados da repressão
Orgãos de repressão
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Departamento de Operações Internas – Centro de Operações de Defesa Interna/SP DOI-CODI/SP SP Brasil
Operação Bandeirante OBAN Brasil
Agente da repressão:
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Renato D’Andréia
Médico legista:
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Cypriano Osvaldo Mônaco, Paulo Augusto Queiroz Rocha
Biografia
Documentos
Artigo de jornal
Folha de Londrina, Londrina, 21 jul. 1991. “Brianezi, outro apucaranense morto pela repressão”. “Tarefa árdua na busca dos desaparecidos”. Pai de José Idésio Brianesi investigou fatos sobre a morte de seu filho e de Antônio dos Três Reis nas mãos da repressão. Através dos trabalhos de investigação de Maria Amélia Teles nas fichas do DOPS do Paraná, foi possível descobrir o local onde os restos mortais de Antônio dos Três Reis foi enterrado. Com auxílio da Prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, e do Governador do Paraná, Roberto Requião, a possibilidade de exumação e identificação dos corpos paranaenses se amplia, apesar das dificuldades técnicas.Artigo de jornal
Artigo incompleto, sem fonte e sem data, intitulado: Encontro de anistia divulga lista com novos desaparecidos. Informa que o Congresso Nacional pela Anistia divulgou lista com nomes de pessoas mortas e desaparecidas a partir de 1964.
Foto
Foto original e preto e branco do corpo, encontrada no IML/SP.
Foto
Foto original e preto e branco de rosto. Possui cópia do arquivo do DOPS/SP.
Relatório
Relatório do arquivo do DOPS/SP, intitulado “Índice”, de 14/04/70. Informa que no dia anterior morreu José Idésio Brianesi durante tiroteio com agentes da Operação Bandeirantes (OBAN). Devido a investigações procedidas por este órgão, foi localizada a pensão em que morava Idésio, conhecido por “Mariano”, na Rua Itatins, onde foi organizado um cerco. Quando “Mariano” chegou e se deparou com os policiais, sacou sua arma, atirando contra dois sargentos, mas sendo atingido, vindo a falecer no local. O proprietário da pensão informou que “Mariano” estava registrado como José Idésio Brianezi, cuja profissão era vendedor de livros. Relata os documentos considerados suspeitos, encontrados pela polícia, entre seus pertences na pensão.
Relatório
Instrução para fabricação de bomba caseira, com a indicação “Encontrado entre os pertences de José Idésio Brianezi (morto)”. Documento do arquivo do DOPS, com carimbo de 27/05/70.
Relatório
Parte de documento, encontrado no arquivo do DOPS, de organização de esquerda contendo denúncias de mortes, violências e ilegalidades cometidas pela ditadura militar. Comenta que, para a ditadura defender-se, viola as leis que ela própria elaborou, entregando o comando da repressão a órgãos clandestinos como o DOI-CODI e a OBAN e cita nomes de pessoas mortas ou desaparecidas por estes órgãos, como: Marighella, Edson Luís, José Guimarães, João Roberto, Padre Henrique (Antônio Henrique Pereira Neto), Bernardino Saraiva, João Domingues da Silva, Carlos Schirmer, Marco Antônio Braz Carvalho, Pedro Inácio de Araújo, Hamilton Cunha, Eremias Delizoicov (considerado aqui como ex-militar morto no Rio), Carlos Roberto Zanirato, Antônio Raymundo Lucena, José Wilson Lessa Sabag, José Roberto Spiegner, Dorival Ferreira, José Idésio Brianezi e Juarez P. de Brito.
Relatório
Relatório das circunstâncias da morte de José Idésio Brianesi, elaborado pela Comissão dos Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos em 03/05/96, e enviado à Comissão Especial Lei 9.140/95.
Ficha pessoal
Documento da Delegacia de Ordem Política e Social, de 22/10/68, com a palavra “Falecido” datilografada no alto da ficha. Informa que José Idésio participou do XIX Congresso dos Secundaristas Paranaenses, realizado em Cornélio Procópio, de 17 a 21/01/68; é considerado agitador que freqüentemente atacou o Governo; ligado ao grupo subversivo de Apucarana, PR; consta que morreu na cidade de São Paulo.
Ficha pessoal
Documento do IML, de 11/06/70, com dados do óbito.
Laudo de exame de corpo delito
Laudo de exame do IML, de 25/05/70, realizado por Cypriano O. Mônaco e Paulo A. de Queiroz Rocha.
Requisição de exame de cadáver
Requisição de exame ao IML/SP, solicitada pelo DOPS, em 14/04/70. Indica morte devido a tiroteio travado com a polícia, após ferir gravemente dois sargentos. Solicita ao Instituto de Polícia Técnica (IPT) a fotografia e as impressões digitais do cadáver. Documento do arquivo do DOPS/SP.
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, inaugura em Apucarana (PR), nesta sexta-feira (14), memorial em homenagem a dois estudantes da cidade que foram mortos pela repressão na ditadura militar. Antes da inauguração, o ministro participa de debate sobre a terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3), lançado pelo Presidente da República em dezembro de 2009.
O debate sobre o PNDH-3 será às 15h, no cine teatro Fênix, avenida Curitiba, 1.215, Centro. Na ocasião, o ministro fará uma apresentação do programa, que está organizado em seis eixos estratégicos, com 521 ações. A palestra será aberta ao público e contará com a presença do prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira, do representante do grupo Tortura Nunca Mais do Paraná, Narciso Pires, entre outros convidados. Às 17h, haverá uma caminhada até a praça Central para inauguração do memorial “Pessoas Imprescindíveis”, em homenagem aos estudantes José Idésio Brianezi e Antônio dos Três Reis de Oliveira.
O memorial é uma iniciativa conjunta da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República com a Prefeitura de Apucarana, a Fundação Luterana de Diaconia e a Agência Livre para Informação e integra o projeto Direito à Verdade e à Memória, conduzido pelo Governo Federal desde 2006 com o objetivo de recuperar e divulgar o que aconteceu durante a ditadura militar no Brasil – 1964/1985 -, período marcado pela violência e violações de direitos humanos.
Para o ministro Vannuchi, os memoriais contam à sociedade brasileira histórias de pessoas que deram suas vidas em favor de um regime democrático e livre, em um momento em que no Brasil prevalecia a tortura e execuções. Dezoito memoriais já foram inaugurados, em dez cidades brasileiras, e se consolidam como sinais permanentes da história na vida do brasileiro, informando sobre o passado e despertando a consciência crítica da população.
O projeto Direito à Verdade e à Memória, conduzido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, está estruturado em três eixos: a instalação dos memoriais “Pessoas Imprescindíveis”, publicações sobre o tema Direito à Memória e à Verdade – que já reúnem quatro títulos -, e a exposição “A Ditadura Militar no Brasil: 1964-1985”, que já esteve em mais de 50 cidades brasileiras, sendo vista por um público superior a 2,5 milhões de pessoas.
Os homenageados:José Idésio Brianezi (1946-1970) –
Filho de América Tomioto Brianezi e José Paulino Brianezi, nasceu em 23 de março de 1946, em Londrina (PR). Estudante da Escola Técnica de Comércio de Apucarana inicia sua militância política na União dos Estudantes de Apucarana (UEA) no ano de 1966. Em 1968, passa a integrar a dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) em Apucarana.Com a invasão e o fechamento da UEA em dezembro de 1968 pelo regime militar, torna-se insustentável a sua permanência na cidade. Muda-se para São Paulo, para se integrar à ALN (Ação Libertadora Nacional), juntamente com Antônio dos Três Reis de Oliveira. Documentos dos órgãos de segurança registram que ele seria um dos subcomandantes do Grupo Tático Armado da ALN, em São Paulo, no início de 1970.
Nesse mesmo ano, foi morto por agentes da Operação Bandeirantes (OBAN). Sua certidão de óbito traz a versão oficial de que faleceu em 13 de março de 1970, na pensão onde morava, no Campo Belo, capital paulista, em tiroteio. Análise pericial dos documentos existentes e de uma foto encontrada no arquivo do DOPS, levo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos a concluir que José Idésio foi executado sumariamente, tendo levado três tiros de frente para trás, com evidente diferença de nível entre o corpo e os autores dos disparos.
Antônio dos Três Reis de Oliveira (1948-1970) – Filho de Gláucia Maria de Oliveira e Argeu de Oliveira, Antônio dos Três Reis de Oliveira nasceu em 1948, em Tiros, Minas Gerais, mas cresceu em Apucarana. Em 1966, estudava na Escola Técnica de Comércio de Apucarana, quando começou suas atividades políticas na UEA (União dos Estudantes de Apucarana). Em 1968, ingressa na Faculdade de Ciências Econômicas de Apucarana. Participou como delegado da UPE (União Paranaense dos Estudantes) do 30° Congresso da UNE, em 1968, em Ibiúna, quando foi preso pela primeira vez.
Juntamente com outros estudantes de Apucarana, inclusive José Edésio Brianezi, integra a dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Após a invasão e o fechamento da UEA pelo Exército em dezembro de 1968, muda-se para São Paulo com Brianezi, passando a militar na ALN (Ação Libertadora Nacional).
Sua morte foi negada pelas autoridades de segurança, embora conste de um relatório do Ministério da Aeronáutica de 1993 que ele morreu em 17 de maio de 1970, no bairro do Tatuapé, em São Paulo, quando uma equipe dos órgãos de segurança averiguava a existência de um “aparelho” (denominação dada às casas ocupadas por militantes clandestinos). Os documentos acerca de sua morte somente foram encontrados na pesquisa feita no IML/SP em 1991. Conforme depoimento dos presos políticos de São Paulo, Antônio foi assassinado junto com Alceri Maria Gomes da Silva e ambos foram enterrados no Cemitério de Vila Formosa. Seus corpos nunca foram resgatados, apesar das tentativas feitas em 1991, pela comissão de investigação da vala de Perus.
Palestra sobre PNDH-3 Data: 14 de maio de 2010
Horário: 15 horas
Local: cineteatro Fênix, av. Curitiba, 1.215, Centro, Apucarana (PR)
Caminhada até a praça Central e inauguração de monumento em homenagem a Antonio Três Reis Oliveira e José Idesio Brianesi
Data: 14 de maio de 2010
Horário: 17 horas
Local: pça Semiramis Braga (ou praça do 28), rua Desembargador Clotário Portugal, bairro 28 de Janeiro, Apucarana (PR)
www.youtube.com/watch?v=K98tPmkVzJQ3 min – 27 abr. 2010 – Vídeo enviado por tvtnonline Antônio dos Três Reis de Oliveira e José Idésio Brianezi serão homenageados em memorial de projeto do Governo Federal.
Desde 2005 o site Documentos Revelados faz um trabalho único no Brasil de garimpo de documentos do período da ditadura. Ele é dirigido, editado e mantido no ar por uma única pessoa, Aluízio Palmar.
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