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PAI DE EX-PREFEITO DE FOZ DO IGUAÇU, FOI PERSEGUIDO DEVIDO SUA FILIAÇÃO AO PARTIDO COMUNISTA

O pioneiro Tarquínio Santos teve nos anos do governo Dutra uma série de constrangimentos por devido a sua filiação política. Com o decreto que tornou o Partido Comunista ilegal, o farmacêutico que morava em Cascavel, então distrito do município de Foz do Iguaçu teve seu nome fichado nos arquivos da DOPS paranaense.

Entusiasta das idéias socialistas, o pai do ex-prefeito iguaçuense Osires Santos, assumiu oficialmente em 1945 sua filiação ao então legal partido liderado por Luiz Carlos Prestes.

Com a derrota do nazi-fascismo e o fim do Estado Novo em 1945, o Partido Comunista ressurgiu com excelente performance nas eleições constituintes de 1946. Em 1947, ano em que o PC crescia em todo o país, Tarquínio, que era dono de uma farmácia em Cascavel decidiu sair candidato a deputado estadual. Pode se afirmar que foi ele o primeiro candidato comunista do município de Foz do Iguaçu.

Com as eleições estaduais de 1947, o PC tornou-se o quarto maior partido nacional. Esses êxitos eleitorais dos comunistas acabou assustando a direita e o então presidente general Eurico Gaspar Dutra baixou um decreto logo depois do pleito cassando o registro do partido e os mandatos dos eleitos.

Pois bem, com o decreto de ilegalidade, o farmacêutico tornou-se alvo permanente dos órgãos de repressão política. Em 10 de maio de 1948, suas atividades foram motivo de um ofício enviado pelo chefe delegado de polícia de Foz do Iguaçu, tenente Herculano de Araújo Filho, ao chefe geral de polícia do Estado. No ofício, o delegado informou ser Tarquínio Santos o único “elemento comunista” no município de Foz do Iguaçu. Informa ainda o delegado que o farmacêutico foi candidato a deputado estadual nas eleições de 1947, tendo conseguido 15 votos.

Tarqüínio Joslin dos Santos, uma das figuras mais destacadas da história de Cascavel – e também de Foz do Iguaçu –, foi o primeiro farmacêutico de Cascavel e era a pessoa mais amada pela comunidade. Em sua Farmácia Santos, só pagava pelos remédios quem tinha recursos. Os pobres, sem condições de pagar, levavam os medicamentos gratuitamente e ainda conselhos de saúde de alguém que lutou bravamente contra a doença. Não era por outra razão que se tornou a pessoa mais querida, embora alguns o hostilizassem por ter idéias revolucionárias e marxistas.

Para ajudar essa gente despossuída, a primeira luta comunitária de Tarqüínio em Cascavel foi, após a instalação de sua farmácia, trazer para a vila um posto de saúde, finalmente criado pelo governo do Estado. O posto passou a ser dirigido por seu irmão de criação, o enfermeiro e farmacêutico Antônio Alves Massaneiro, fadado a ser o grande articulador da emancipação de Cascavel. Aliás, Massaneiro montou depois a segunda farmácia de Cascavel, fazendo concorrência ao irmão.

O carinho que a população tinha por Tarqüínio o levou a ser chamado pelo governador Bento Munhoz da Rocha para concorrer à Prefeitura de Cascavel nas eleições do dia 19 de novembro de 1952. O favoritismo de Tarqüínio era absoluto, embora dias antes das eleições começassem a aparecer na sede do novo município faixas “acusando” Tarqüínio de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Isso era verdade. Antes de concorrer à Prefeitura pelo Partido Republicano, agremiação do governador Bento Munhoz, Tarqüínio Santos se filiara ao clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB). Passada a eleição municipal, na qual ele perdeu por um voto para o candidato do PTB, José Neves Formighieri,

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