Na década de 1940, atraídos pelas oportunidades do programa “Marcha para Oeste”, do presidente Vargas, posseiros, pequenos proprietários, trabalhadores e colonos, vindos de todas as regiões do Brasil, ocuparam as áreas rurais de Porecatu, Jaguapitã e Centenário do Sul, na região norte do estado — onde o governo disponibilizara mais de 120 mil hectares para a colonização.
Assentados em pequenas glebas, os camponeses cultivavam café e outros produtos alimentícios além de criar porcos. Aos poucos, aquelas terras às margens do rio Paranapanema foram se valorizando, o que chamou a atenção dos grandes fazendeiros.
Em resposta, resistiram à violência dos jagunços e interditaram ruas e avenidas para pressionar o governo do estado a conceder os títulos de propriedade, mas nenhuma providência foi tomada pelas autoridades para resolver o conflito.
No curso da disputa, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) expandiu sua atuação entre os trabalhadores rurais de Porecatu. Naquele momento, segmentos do partido defendiam o uso da “violência revolucionária” para chegar ao poder. Em novembro de 1948, parte dos posseiros do norte do Paraná aderiu à luta armada proposta pelos comunistas, invadiram fazendas, expulsaram a tiros os jagunços e detiveram fazendeiros.
Diante dessa situação, o governador recém-eleito pelo Partido Republicano (PR), Bento Munhoz, articulou a repressão ao movimento. O Exército, a Força Pública e o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) foram mobilizados, enquanto juízes e delegados determinavam a prisão dos posseiros rebelados. Em novembro de 1948, parte dos posseiros do norte do Paraná aderiu à luta armada proposta pelos comunistas, invadiram fazendas, expulsaram a tiros os jagunços e detiveram fazendeiros. Em 1951, o movimento de Porecatu foi rapidamente desarticulado. Dezenas de trabalhadores foram presos e os rebeldes expulsos da área. Para reduzir a tensão na região, o governo assentou 380 famílias em outras localidades do estado, mas deixou ainda centenas de camponeses sem acesso à posse da terra.