Lista de nomes, documentos de organização, recortes de periódicos, material de propaganda e documentos pessoais relativos à atuação de associações profissionais e entidades sindicais e à repercussão, em Minas Gerais, da tentativa de invasão de Cuba pelos EUA. Informa sobre a promoção, organização e realização do III Congresso Sindical Nacional dos Trabalhadores e do III Congresso Sindical do Estado de Minas Gerais apresentando prestações de contas e expediente da comissão organizadora. Além disso, apresenta alguns documentos que tratam da influência de Cuba entre os movimentos políticos brasileiros. Contém o jornal \”Terra Livre\” (1961, 1) e publicação com entrevista de Luiz Carlos Prestes.
Dirigente do PCB, seu nome integra a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95. Natural da cidade de Prata, no Triângulo Mineiro, Élson era o responsável pelo setor de agitação e propaganda do PCB, trabalhando na produção e divulgação do jornal Voz Operária, órgão oficial do partido.
Iniciou sua militância política liderando uma greve de caminhoneiros em Uberlândia. Já militante do PCB, viajou pelos países socialistas do Leste Europeu na década de 1960.
Perseguido após abril de 1964, teve seus direitos políticos cassados. Era casado com Aglaé de Souza Costa e foi deslocado pelo partido para atuar em diferentes cidades brasileiras:
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói, Campo Grande, Recife, Curitiba e finalmente São Paulo.
Em 1970, foi condenado pela Justiça Militar e cumpriu pena em Curitiba(PR). Solto, passou a viver com o nome de Manoel de Souza Gomes e residia na Rua Timbiras, no bairro de
Santo Amaro, quando foi preso na manhã do dia 15/01/1975, no bar ao lado de sua casa, de acordo com as informações contidas no Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos.
O ex-agente do DOI-CODI/SP, Marival Chaves, informaria na já citada matéria da revista
Veja, de 18/11/1992, que os integrantes do Comitê Central do PCB que foram mortos pelos
órgãos de segurança no início de 1975 tiveram seus corpos jogados no rio de Avaré, no interior de São Paulo. Esse ex-sargento relatou: “Outro que está no rio é Elson Costa,assassinado em 1975. Ele era o encarregado da seção de agitação e propaganda do partido. Na casa de Itapevi, foi interrogado durante vinte dias e submetido a todo tipo de tortura e barbaridade. Seu corpo foi queimado. Banharam-no com álcool e tocaram fogo. Depois, Elson ainda recebeu a injeção para matar cavalo”.
O Relatório do Ministério do Exército, de 1993, registra o dia 16, e não 15, como data do desaparecimento: “no dia 26/02/1975, seu irmão Oswaldo Costa esteve no QG do II Exércitopara informar que ele teria sido levado pelos ocupantes de dois veículos tipo “Veraneio”, no dia 16/01/1975. Segundo ele, o fato foi testemunhado pelo proprietário de um bar e noticiado pelos jornais, como sendo o seqüestro de um rico comerciante. A ocorrência foi registrada no 11° DP, conforme BO N. 315/75 como tendo ocorrido na rua Timbiras,199, em Santo Amaro/SP”.
Já o jornalista Elio Gaspari, em A Ditadura Encurralada, aponta o dia 14 como data do desaparecimento: “No dia 13 de janeiro o CIE estourou a capa de proteção do PCB a gráfica clandestina onde se imprimia o jornal Voz Operária, no subúrbio carioca. Ela funcionava num subterrâneo, num sítio. Chegava-se à impressora por um alçapão existente no fundo de uma caixa-d”água, que era esvaziada para que os trabalhadores descessem. A Voz submergira em 1964, mas reaparecera um ano depois, circulando mensalmente. Com a gráfica, sumiu mais um pedaço da cúpula do Partidão. Um dos responsáveis pelas máquinas, Élson Costa, desapareceu no dia 14 de janeiro.
Dirigente experimentado, já passara em silêncio por duas cadeias. Segundo um sargento do DOI, mataram-no numa casa do CIE, na periferia de São Paulo”.
Em 2004, Élson Costa foi homenageado com a Medalha Tributo à Utopia, criada no ano anterior pela Câmara Municipal de Belo Horizonte para lembrar as vítimas da ditadura, mortos e desaparecidos.
http://www.scribd.com/doc/127799500/Elson-Costa
http://www.scribd.com/doc/127803377/Elson-Costa-pdf2
http://www.scribd.com/doc/127807802/Elson-Costa-pdf3
Não há outros documentos? Estou tentando mudar o que está escrito em seu atestado de óbito. Sou sobrinha de Elson Costa. Agradeceria saber tudo o que for possível sobre o caso.