O período de vigência da ditadura militar (1964-1985) representou um dos momentos mais dramáticos da história do país no que se refere ao desrespeito e à violência contra os direitos dos cidadãos . Depois de assumirem o poder por meio de um golpe de Estado, os militares consolidaram um regime político ditatorial, que reprimiu violentamente os movimentos trabalhistas e os grupos de oposição.
A tortura, empregada pelos órgãos policiais contra os cidadãos comuns para extrair confissões de suspeitos, tornou-se uma política de Estado contra os envolvidos em quaisquer atividades políticas de oposição à ditadura.
Foi nesta conjuntura que a Igreja católica assumiu um papel de destaque na luta contra a repressão e a tortura e na defesa dos direitos humanos, transformando-se na mais importante instituição de oposição à ditadura militar. Dois fatores ajudam a compreender a postura da Igreja Católica: as mudanças nas diretrizes pastorais e teológicas; e a ordem política e social estabelecida pelos militares após 1964.