O documento de 1979 trata de um informe do Serviço Nacional de Informações (SNI) sobre o processo movido contra jornalistas do semanário Pasquim, Sérgio Jaguaribe (Jaguar), Sérgio Augusto e Carlos Guidacci, acusados de infringirem a Lei de Segurança Nacional (LSN). A acusação se baseava na publicação da reportagem “Mar de Lama”, que denunciava ministros do governo Geisel por corrupção, além de uma charge que insinuava conivência do próprio presidente. Inicialmente, a 2ª Auditoria da Aeronáutica havia recusado a denúncia por entender que se tratava de crime de imprensa, mas o Superior Tribunal Militar (STM) reformou a decisão e determinou que a ação penal seguisse no âmbito da Justiça Militar. Junto ao informe constam duas matérias de jornais que abordam sobre o caso.
Esse episódio evidencia a forma como o regime militar brasileiro utilizava a legislação de segurança nacional como instrumento de repressão contra a imprensa crítica e satírica. O caso do Pasquim demonstra a tensão entre a censura estatal e a resistência cultural e jornalística, já que publicações humorísticas e investigativas tornaram-se importantes espaços de denúncia da corrupção e da violência do regime. Além disso, o documento registra a mobilização de sindicatos e associações de jornalistas em solidariedade, revelando como, mesmo sob repressão, setores da sociedade civil buscavam se articular em defesa da liberdade de expressão.
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