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A LUTA DOS COLONOS DESAPROPRIADOS POR ITAPU VISTA PELA IMPRENSA

Como conseqüência da repentina valorização da terra no Oeste, muitos dos agricultores desapropriados não conseguiram adquirir novas propriedades na região. O preço oferecido pela Binacional não ultrapassava a metade do valor que era pedido por propriedades idênticas fora da área que seria desapropriada.

A resistência aos preços oferecidos pela Itaipu durou cerca de cinco anos. No começo foram pequenas reuniões nas igrejas católicas e luteranas da região. Após dezenas de tentativas frustradas de negociação, no dia 14 de julho de 1980, cerca de 400 agricultores sitiaram o escritório da Itaipu em Santa Helena, interditando as ruas com caminhões, tratores e outras máquinas agrícolas. Os manifestantes pediam indenização justa para os atingidos pelo plano de desapropriação de terra na área onde seria formado o reservatório.

A imprensa da região foi para Santa Helena e os boletins radiofônicos acabaram atraindo colonos dos arredores. Nas primeiras horas da tarde já eram cerca de 1.500 manifestantes que se deslocaram de Rondon, Itacorá, Missal, Alvorada do Iguaçu e outras localidades. Para garantir alimentação aos acampados várias carretas carregadas com gêneros alimentícios foram estacionadas no local. Um serviço de alto-falante denominado Rádio Justiça e Terra foi instalado em cima de um caminhão e por ele desfilaram oradores e duplas de cantores acompanhadas por sanfona e violão. Em pouco tempo dezenas de barracas de lona tomaram conta da área do acampamento e faixas e cartazes com dizeres alusivos ao movimento foram espalhados nas imediações e colados nos pára-brisas e na parte traseira dos veículos estacionados.

Uma comissão para negociar com a Itaipu foi eleita pelos manifestantes e as reuniões se prolongaram até a diretoria da Itaipu prometer rever posições e abrir um canal de negociação com os colonos. Diante do compromisso assumido os agricultores desmontaram o acampamento e retornaram às suas propriedades

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