Forças Armadas Mov.Estudantil

A resistência estudantil vista pela repressão

O documento em anexo foi produzido pela 2ª Seção da Aeronáutica. Apesar de ser um relato a partir do ponto de vista de um órgão de repressão da ditadura civil-militar, o documento dá uma idéia de como eram as manifestções estudantis.

Durante a ditadura militar o principal objetivo do Movimento Estudantil era lutar contra o autoritarismo e pelo retorno às liberdades democráticas. Logo no início do regime o prédio da UNE foi incendiado por participantes do movimento político militar e a organização foi colocada na ilegalidade – juntamente com as Uniões Estaduais Estudantis, as UEE’s –, passando a atuar na clandestinidade a partir de 1966.  Nesse momento, todas as instâncias da representação estudantil foram submetidas ao MEC e ficaram, conseqüentemente, sob o controle do Estado. Foi em 1966 que o então presidente Castelo Branco criou o Movimento Universitário para o Desenvolvimento Econômico e Social (Mudes).

As passeatas organizadas contra o regime militar passaram a ser reprimidas violentamente, o que acabou por difundir a revolta dos estudantes pelos outros estados do país. Contando com grande apoio estudantil de repúdio à ditadura, a UNE decretou uma segunda greve geral e elegeu o dia 22 de setembro como o Dia Nacional da Luta contra a Ditadura. A terceira greve geral estudantil promovida pela UNE, em 1968, teve como estopim a morte do estudante Edson Luís Lima Souto, durante uma manifestação contra o fechamento do restaurante Calabouço.

Esse episódio desencadeou um dos momentos mais importantes do movimento: o cortejo do estudante, que contou com mais de 50 mil pessoas. Ainda em 68, a UNE promoveu a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro. Com o apoio de artistas e religiosos, os estudantes realizaram uma passeata pacífica em defesa do ensino gratuito, contra a tentativa de transformação das universidades em fundações e em protesto contra a prisão de líderes estudantis. Com o decreto do Ato Institucional n°5, em dezembro de 68, os grêmios estudantis foram substituídos pelos centros cívicos e, nesse momento, quase todos os líderes estudantis já estavam presos ou exilados. (Diálogos Universitários)

 

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