Cidade ou fronteira sem lei. Instituições policiais, militares e civis às pencas e relações promíscuas entre essas autoridades com criminosos, contrabandistas, proxenetas aliciadores de menores, traficantes e outras espécies do submundo do crime.
Assim era a cidade de Foz do Iguaçu nas décadas de 70 e 80.
Nesse ambiente de decadência de valores nadava de braçadas no que se convencionou chamar de “sociedade” um elemento acusado da pior estirpe.
Protegido por civis e militares, amigo de Wilson de Souza Aguiar, o “ministrinho de Itaipu”, do comandante do Batalhão, de Erminio Gatti, dono de hotel, e por sua vez amigo dos torturadores Sergio Fleury e Romeu Tuma, aqui se dava muito bem o espião da ditadura de Stroessner, Guilherme Rolón.
A partir de denúncia de uma esposa ciumenta, ou melhor, zelosa de seu esposo, a Divisão de Polícia Federal de Foz do Iguaçu puxou em 1985 uma investigação sobre Guilherme Rolón, descobrindo suas práticas criminosas e seus parceiros nas ações criminosas.
Porém, somente em 1989, quando o jornal Gazeta do Iguaçu publicou na capa a manchete “Iguaçuenses Recebem Homenagens em Brasília” é que os resultados das investigações saíram da gaveta e deu origem a um documento de cinco páginas.
A Polícia Federal considerou um acinte que o Estado Maior do Exército, de um país que estava dando os primeiros passos em direção à normalidade democrática, concedesse medalha e diploma ao agente stroessnista acusado de praticar diversos crimes na fronteira.
Documento Revelado:
Info 002/89 – SI/DPF.1/FI/PR
06.09.89
Capa do jornal Gazeta do Iguaçu
Pagina 7, da edição 18 do jornal Nosso Tempo
-G.Rolón aparece de terno branco em inauguraçao de agência do Banestado, no Paraguai.