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CAI POR TERRA VERSÃO MENTIROSA DO EXÉRCITO. DOCUMENTO DO IML DE NITERÓI REVELA QUE MILITANTE FOI SEPULTADO COMO INDIGENTE

Cai por terra versão mentirosa do Exército. Descoberto documento oficial do IML de Niterói, datado e assinado em 15 de julho de 1969, dando a morte de militante da Resistência à Ditadura Militar, em 12 de junho e determinando o seu sepultamento como indigente no dia 17/07/1969 na sepultura Y-334, do Cemitério do Maruí, Niterói.
Segundo o documento, Sebastão Gomes da Silva foi assassinado no Rio e seu corpo foi enviado pelo Exército pra ser enterrado como indigente em Niterói em Niterói

Sebastão era lavrador de Cachoeiras de Macacú. Nascido em 1º setembro de 1941 no Rio Grande do Norte, migrou para o Estado do Rio de Janeiro em meados de 1961 com sua família: pais, irmãos, esposa  e filha, fixando-se na cidade de Cachoeiras de Macacú meses antes de eclodirem as lutas camponesas lideradas por Mariano Beser.
Inscritos no Programa de Colonização do governo federal, adquiriram quarenta alqueires de terra na localidade de Nova Ribeira, no distrito de  Papucaia. Com o advento do golpe e  crescente escalada da repressão e grilagem de terras, juntamente com familiares, incorporou-se à resistência camponesa.
Descoberto o plano desta OPM, uma patrulha do Exército faz, em meados de 1969, uma incursão na propriedade de sua família. Sebastião foi executado, sem chances de defesa sendo alvejado por cinco projéteis de fuzil, vindo a falecer no local.
Segundo relatório do Exército seu corpo encontrava-se no necrotério do Hospital do Exército em 02 e junho de 1969
O corpo de Sebastião Gomes nunca foi devolvido à família para receber sepultamento digno.
Passados 53 anos de sua morte, cai por terra a versão mentirosa do Exército ao surgir documento oficial do IML, datado e assinado em 15 de julho de 1969, dando sua morte em 12 de junho e determinando o seu sepultamento como indigente no dia 17/07/1969 na sepultura Y-334, do Cemitério do Maruí, Niterói.
Sebastião faz parte de uma estatística macabra, de uma dolorosa história familiar: pai e genro, Pedro Gomes e Joair Silva morreram em decorrencia de sequelas da tortura, além de cunhado, Daniel Nunes e dois irmãos menores, Josué G. Santos, de 15 e Jorge Gomes do Santos de apenas 12 anos, sequestrados pelo Exército em agosto de 1971, (durante a Operação Mesopotâmia, Lagoa Verde/Imperatriz-MA), desaparecidos políticos há 44 anos, totalizando seis vítimas de uma só família.

obito-convertido

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1 comentário

  1. Eliete Ferrer diz:

    “Documentos Revelados” – publicação mostra mais uma vez o envolvimento das Forças Armadas sufocando as manifestações populares contra o autoritarismo.

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