Uma reportagem publicada na revista Veja, em 25 de outubro de 1987, provocou irritação no Estado Maior das Forças Armadas – EMFA, movimentou o Centro de Informações do Exército -CIE e tirou o sono do capitão Jair Bolsonaro.
Na matéria que a revista semanal publicou, e irritou a alta oficialidade, o capitão Bolsonaro revelou minuciosamente, com desenhos e gráficos, seu plano de colocar bombas na Vila Militar, na Academia Militar das Agulhas Negras e em quartéis do Rio de Janeiro, além de explodir a Adutora do Guandu, que abastece de água potável a cidade do Rio de Janeiro.
Segundo Bolsonaro, essas ações faziam parte de uma tal de “Operação Beco Sem Saída” , que teria como objetivo “mostrar a insatisfação da tropa com os baixos salários”.
Bolsonaro foi intimado a comparecer ao Gabinete do Comandante da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais – EsAO, e após tomar conhecimento das punições que poderia receber, escreveu uma declaração negando tudo que havia dito na entrevista, acrescentando que nem conhecia a jornalista Cássia Maria.
Apesar de suas negativas, as evidências como o croqui feitos à mão pelo próprio Bolsonaro, mostrando a adutora de Guandu e o rabisco de uma carga de dinamite, detonável por intermédio de um mecanismo elétrico instalado num relógio, incriminaram o capitão.
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Fico me perguntando: Porquê esse fascista conseguiu superar toda essa “situação irregular” (práticas terroristas)), se eleger parlamentar por vários banos e , agora, presidente da república SEM nenhuma punição / processo militar ou cívil ?
Em princípio por mero corporativismo, que atinge graus máximos de cumplicidade nas FFAA, depois alguns energúmenos viram nele um “elemento” útil e não é que estavam certos. Veja o desastre. Ao invés de punido o sargento saiu com o prêmio de promoção e aposentadoria aos 33 anos e décadas depois foi eleito Presidente da nação.