Forças Armadas PCBR

Novas revelações sobre a queda do “aparelho” do PCBR na Praia de Maria Farinha, Pernambuco

No dia 30 de janeiro de1971, arepressão da ditadura civil-militar estourou um “aparelho” (local onde os resistentes habitavam), localizado na Praia Maria Farinha, Município de Paulista, Pernambuco.

No local foram presos Odijas Carvalho de Souza e Lélia Guedes.

Odijas foi assassinado na tortura.

 Os relatórios e fotografias produzidos pelo Instituto de Criminalística de Pernambuco e restaurados pela Agência de Estudos e  Restauro do Patrimônio, anexados, foram fornecidos a esse Site pelo Movimento Tortura Nunca Mais, de Pernambuco.

Os relatórios e fotografias produzidos pelo Instituto de Criminalística de Pernambuco e restaurados pela Agência de Estudos e  Restauro do Patrimônio, anexados, foram fornecidos a esse Site pelo Movimento Tortura Nunca Mais, de Pernambuco.

Quem foi Odijas Carvalho de Souza

Nascido em Alagoas, no ano de 1945, o estudante de agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Odijas Carvalho de Souza combateu contra a ditadura militar através do movimento estudantil na nossa universidade. Militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), foi preso na Praia de Maria Farinha, no município de Paulista, em Pernambuco, no dia 30 de janeiro de 1971, juntamente com Lélia Guedes. Os policiais responsáveis por sua prisão são: Edmundo de Brito, Fausto Venâncio da Silva Filho, Ivaldo Nicodemus Vieira e Severino Pereira da Silva, todos do DOPS/PE. Odijas bravamente resistiu às seções de tortura e muito convicto do seu objetivo, acabar com a ditadura militar, não entregou uma informação sequer aos agentes da repressão. Após esse período, foi levado às pressas para o Hospital da Polícia Militar de Pernambuco no dia 6 de fevereiro de 1971, morrendo dois dias depois em conseqüência das torturas sofridas. Uma semana inteira de seções de tortura não foram capazes de romper com a firmeza desse jovem estudante que sonhava com um mundo sem opressões e injustiças. O assassinato foi denunciado a partir de testemunhos em depoimentos prestados na Auditoria de Guerra da 7ª Região Militar, por vários presos políticos, inclusive sua viúva, Maria Ivone de Souza Loureiro. O preso político Mário Miranda, uma das testemunhas oculares do assassinato, denunciou as torturas que culminaram com a morte de Odijas e também seus assassinos: delegado José Silvestre, do DOPS/PE, os agentes Ivanildo Nemésio e Miranda e o delegado Carlos Brito.O atestado de óbito, fornecido pelo IML/PE, foi assinado por Dr. Ednaldo Paz de Vasconcelos e tinha como causa-mortis embolia pulmonar. Mas na realidade, Odijas apresentava várias fraturas de ossos, ruptura de rins, baço e fígado. Foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, sob o nome de Osias de Carvalho Souza, e não Odijas, o que dificultou a localização de seu corpo.

Líder Estudantil, combatente revolucionário, fiel a causa do Socialismo Odijas Carvalho de Souza deve ser Homenageado e relembrado como um dos Heróis do Movimento estudantil brasileiro, por sua bravura e resistência. O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco da reconhecendo seu valor o homenageou como patrono, assim como Honestino Guimarães na UNB, Umberto Câmara Neto na UFPE, dentre tantos outros heróis do Movimento estudantil. Relembramos seu nome para fortalecermos em nossas lutas e para que não se repita jamais as atrocidades trazidas pelo golpe de 1964.  O bem mais precioso que possuía, a vida,  foi doado, sem nenhum temor pela causa maior da libertação da nação brasileira. Que sejamos iguais ao Odijas, dediquemos nossa vida ao bem maior de construir uma sociedade mais justa e igualitária, sempre lutando e sendo fiel a libertação do povo até as últimas conseqüências, sem desvios. Odijas Carvalho de Souza Vive!

 

 

 


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4 comentários

  1. Margot Queiroz diz:

    Obrigada Aluizio, por nos dar conhecimento, desses documentos
    e deixar registrado,o que a Ditadura fez e promoveu nesses ,anos todos de escuridão que o país viveu.Nós que somos querendo ou naõ sobreviventes de tudo isso, olhamos com horror e tristeza mais ainda com revolta.Quanto sangue derramado , quantos jovens mortos, quantas companheiros com sequelas ,físicas e emocionais e a nação inteira sem saber onde e como buscar um caminho, que nos leve a justiça e o, conhecimento da sociedade.Voce está tendo um papel, funamental na medida que coloca o dedo na ferida e trás as provas e os documentos a luz de todos nos companheiros e da sociedade.Mais um vez obrigada.Obrigada por colocar a luz em cima de tantas arbitrariedades, tantas violencias e tantos assassinatos, promovidos pelo Estado.
    Obrigada , companheiro,obrigada amigo.
    Grande abraço,
    Paulo e Margot Medeiros

  2. claudio nascimento diz:

    Como posso enviar documentos para o Arquivo ?
    .Sou anistiado e no meu material tenho alguns do Arquivo nacional.

    1. Ola Claudio,
      caso os documentos estiverem digitalizados pode enviar para ferreirapalmar@uol.com.br
      ou
      palmar64@gmail.com
      abraco

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