Trabalho de conclusão de curso apresentado
como requisito básico para a obtenção do
título de licenciado em História pela
universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Campus de Marechal Cândido Rondon.
Orientador: Gilberto Grassi Calil
Este trabalho de conclusão de curso pretende apresentar o resultado das fontes
analisadas no projeto de iniciação científica de mesmo título, tendo por objetivo
análise do jornal Nosso Tempo, inserido processo de abertura “democrática” –
chamado de projeto de distensão – no Brasil nos anos finais da Ditadura Militar
instaurada no ano de 1964. Projeto este que resultaria na democracia burguesa
vigente. Tal discussão tem por base as edições do Jornal produzido em Foz do
Iguaçu entre anos de 1980 a 1994. Porém, a análise aborda os anos de 1980 (ano
de sua criação) a 1985, ano que marcou a eleição de Tancredo Neves, primeiro
presidente não militar após vinte anos de ditadura. Nosso Tempo constituiu-se
enquanto um jornal de oposição à ditadura, atuando, portanto, enquanto uma mídia
alternativa à mídia empresarial, que possuía (e ainda possuí) vínculos políticos e
econômicos que garantiram a concretização e manutenção da ditadura militar. As
edições possibilitam encontrar denúncias e reportagens que abordavam aqueles que
sofriam diretamente com as arbitrariedades do governo militar no Paraná e no Brasil,
dando espaço e “voz” a quem não tinha presença nos meios de comunicação
vinculados a mídia empresarial. Dessa forma, é possível perceber a violência
praticada pelos órgãos policiais, práticas de corrupção pelos agentes do governo, as
desapropriações efetuadas pela construção da Hidrelétrica Itaipu Binacional, o
processo de disputa eleitoral e a busca por eleições diretas.