Terrorismo no Comício da Central do Brasil.
Revelações do major Paulo Vianna Clementino sobre plano de matar o presidente João Goulart.
“Três linhas de ações foram traçadas.
Primeira: um avião teco-teco, em vôo razante, despejaria cargas de dinamite sobre o palanque onde estivesse Jango Goulart e seus assessores. Alguns de nós dispúnhamos de metralhadoras. O plano era soltar bombinhas – dessas usadas em festas juninas – para distrair o povo.
Segunda: enquanto isso, outro grupo de três homens armados com metralhadoras, contando com a colaboração de voluntários, abriria um corredor, se aproximaria correndo em direção ao palanque e metralharia os seus ocupantes.
Como terceira opção, caso falhassem as duas anteriores, atiradores de escol, munidos de armas dotadas de lunetas, deitados sobre caminhões ou ônibus alvejariam Jango e os principais líderes esquerdistas”.
Quem disse isso? Não fui eu, é claro.
Isso faz parte do depoimento do general do Exército Brasileiro, José Lopes Bragança, na ocasião, em Belo Horizonte, integrante da comunidade de informação.
E olha que nem cheguei a perguntar a ele sobre isto. Foi o ponto máximo de repercussão.
O coronel José Oswaldo Campos do Amaral, conhecido pela alcunha de “Cascavel”, foi o escolhido para atingir o coração do presidente por ocasião do atentado.
E mais difícil, ainda, tentar negar que 1964 tenha sido golpe. Até porque a única ressalva que “Cascavel” fez, depois de sua declaração ter sido publicada, era que a atribuição de matar Jango poderia caber a qualquer um dos golpistas.
Já o general Bragança só estranhou o não surgimento do nome do senhor Herbert Okum, segundo ele “o único autorizado” por brasileiros a participar do movimento golpista.
E admitiu a presença da força tarefa norte-americana nas costas do Espírito Santo, além de contatos com agentes da CIA.”
Geraldo Elísio
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