O arquivo apresenta dois documentos distintos relacionados a movimentos estudantis. O primeiro é um arquivo confidencial do Ministério da Educação e Cultura, da Universidade do Paraná, Reitoria, Assessoria Especial de Segurança e Informações, vinculado ao DOPS. Ele trata das eleições do Diretório Acadêmico Visconde de Mauá, da Faculdade de Economia e Administração, datado de 22 de fevereiro de 1972. O documento lista os estudantes da chapa “Independência” que concorreriam nas eleições de 25 de fevereiro e solicita informações sobre os candidatos, demonstrando o controle minucioso que o regime exercia sobre a vida estudantil e qualquer forma de organização que pudesse ser vista como dissidente.
O segundo documento, de 20 de outubro de 1977, também do Ministério da Educação e Cultura e da mesma assessoria, é uma fotocópia de um panfleto coletado pelo DOPS, produzido e distribuído pelo Diretório Acadêmico Rocha Pombo (DARPP), da UFPR, no Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes. O panfleto denuncia o sequestro, prisão e tortura do presidente do diretório, revelando as práticas brutais utilizadas pelo regime para silenciar lideranças estudantis. O documento expõe a angústia daqueles que procuravam pelo desaparecido e relata os abusos sofridos, além de discutir as possíveis ações a serem tomadas diante dessa violência.
Esses registros destacam o ambiente de medo e perseguição vivido pelos estudantes durante a ditadura. Movimentos legítimos de organização política e contestação eram vistos como ameaças à ordem, e seus participantes, constantemente vigiados e reprimidos.
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