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TROCA DE CORRESPONDÊNCIA ENTRE EMBAIXADA DA FRANÇA E O ITAMARATI REVELA ATIVIDADES DE PROFESSOR DE TORTURA NO BRASIL

General francês Paul Aussaresses, ex-agente do serviço secreto da França, veterano das guerras do Vietnã e da Argélia,

colaborou com o regime militar no Brasil, ensinando aos oficiais técnicas de tortura e também de combate à guerrilha.

 O francês passou também pela famosa Escola das Américas, no Panamá, e pelo Fort Bragg, nos Estados Unidos, onde ensinou seus métodos na reorganização das forças especiais americanas, que hoje mostram suas lições em lugares como o Afeganistão e Iraque. Além do CIGS, na selva, Aussaresses deu aula na Escola Nacional de Informações (ESNI), em Brasília. Por suas mãos, em terras brasileiras, dezenas de militares de todo continente aprenderam seus ensinamentos, depois difundidos em seus países. 

Entre 1973-1975 ele foi adido militar no Brasil entre 1973-1975 e instrutor no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, criado por oficiais brasileiros formados na não menos famosa Escola das Américas. No CIGS se formaram oficiais brasileiros, chilenos, argentinos e venezuelanos.

No curso, os estagiários representavam o papel dos torturadores e dos torturados.

 Em suas revelações, Aussaresses revelou que o governo Médici forneceu armas e aviões para o golpe militar que derrubou o presidente chileno Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. E vai além, ao relatar que o ex-presidente João Baptista Figueiredo, então chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações), o telefonou para dizer que seus homens haviam torturado e matado um “francês subversivo”, em referência a Laurent Schwartz. 

 O fio condutor desta internacional da tortura da qual Aussaresses é um dos braços começa na Indochina, segue na Argélia e termina com o Plano Condor, cuja gestação, através de uma longa série de reuniões entre os militares da América do Sul e os instrutores.

 Em anexo documentos que revelam troca de mensagens entre a Embaixada da França no Brasil e o Itamarati. Os arquivos mostram que existe mais gente para quem pedir desculpas.

Os arquivos franceses certamente possuem mais detalhes quanto a passagem de Aussaresses por aqui. E devem elucidar o que os documentos anexos agora nos mostram: a estratégica retirada do facínora, em missão oficial, com sua missão genocida concluída.

 Fonte: Lúcio de Castro

 

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