Forças Armadas Mortos e Desaparecidos Repressão VPR

YOSHITANE FUJIMORI – Laudo de Exame de Corpo Delito

Laudo de Exame de Corpo Delito

Exame Necroscópico N 43286

8DEZ1970

SECRETARIA DE ESTADO DE NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA/SP

INSTITUTO MÉDICO LEGAL

 

YOSHITANE FUJIMORI

Militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Nasceu em 19 de maio de 1944, em Mirandópolis (SP), filho de Tadakazu Fujimore e Harue Fujimore.

Técnico em Eletrônica.

Foi assassinado no dia 5 de dezembro de 1970, na Praça Santa Rita de Cássia, em São Paulo, juntamente com Edson Neves Quaresma.

A solicitação da necrópsia foi feita pelo Delegado Alcides Cintra Bueno Filho e o  laudo assinado pelos médicos legistas Harry Shibata e  ARmando Canger Rodrigues, que confirmam ter sido morto em tiroteio. Foi enterrado no Cemitério de Vila Formosa (SP)  como indigente, pois o corpo não foi entregue à família, apesar de constar seus dados de identificação completos na certidão de óbito.

Pela versão oficial,  Yoshitane Fujimori juntamente com Edson Neves Quaresma, foi morto ao resistir à prisão na Praça Santa Rita de Cássia, em São Paulo, às 12h do dia 5 de dezembro de 1970.

A relatora dos dois casos na Comissão Especial, Suzana Keniger Lisbôa, explica o contexto em que se deram as mortes, associando-as ao trabalho do agente infiltrado na VPR, cabo Anselmo:

“Quaresma era na época o contato mais permanente de Anselmo. Voltara de Cuba para criar condições para o retorno do “amigo”. Ocultar sua morte era questão fundamental para o prosseguimento, com tranqüilidade, do trabalho de infiltração. O ex-cabo iniciava, ao que parece, sua atuação no Brasil. Matar Fujimori  representava eliminar um dos empecilhos para que o ex-cabo pudesse, mais facilmente, chegar à direção e ao controle da VPR.”

A relatora cita uma anotação em ficha encontrada nos arquivos do Dops de São Paulo referindo-se da seguinte forma a Fujimori: “executado em 5/12/70”.

Ela, contudo, contesta a versão oficial:

“Como em tantos outros casos examinados por esta Comissão Especial, Fujimori não morreu executado no tiroteio, conforme atesta a versão oficial, mas sim dentro do órgão de extermínio de presos políticos – a Operação Bandeirantes, o que está comprovado pelo laudo do perito Celso Nenevê.

Hoje, por volta das 12h ao ser preso por policiais da Oban e do Dops, resistiu à prisão, mantendo com os policiais cerrado tiroteio, no transcorrer do qual foi atingido por um tiro e veio a falecer. OBS. Fotografar o corpo de frente e de perfil, bem como tirar cinco jogos de suas impressões.”

A relatora comenta:

“Tais fotos, até hoje, não foram localizadas. Pergunto: Por quê? Certamente por terem ficado por demais visíveis as atrocidades que o levaram à morte.”

Ao quarto quesito, “se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel”, a resposta dos médicos-legistas é “prejudicado”.

Na ficha do IML, a causa mortis é assim registrada: ferimento craniano por projéteis de arma de fogo, choque traumático. No verso, com anotação de 14/7/71, a anotação: “Env. Cópia p/ II Exército – Quartel General, at. Of. Nº 01/71, dat. De 14/7/71”. Assinatura de recebimento, infelizmente, é ilegível.

Carta O Berro, Caixe

 

 

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4 comentários

  1. Antonio de Carvalho Moreira diz:

    Yoshitane foi um dos maiores homens do país e sua memória deve ser reverenciada !

    1. Antonio de Carvalho Moreira diz:

      Reverenciou a memória desse ativista !

  2. Bianca diz:

    Olá, sou parente do Yoshitane Fujimori. Em diversos momentos do texto, o sobrenome está escrito errado. Poderia corrigir por favor? Assi facilita nas buscas na internet. Obrigada.

    1. Obrigado Bianca. Fiz as correções sugeridas

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