No início dos anos 70, a ditadura militar contava com um vasto e verticalizado sistema de inteligência e repressão política que incluía, do topo para a base, órgãos como o Serviço Nacional de Informações (SNI), os centros de informações do Exército (CIEx), Marinha (Cenimar) e Aeronáutica (Cisa), as Delegacias de Ordem Política e Social (Dops), os Destacamentos de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), etc. Dispunha, ainda, do AI-5, o mais discricionário e duradouro dos atos institucionais o qual garantia a supremacia do Poder Executivo sobre os demais poderes – além de manter suspensas as garantias constitucionais, o AI-5, editado em 1968, dava poderes ao presidente da República para fechar por tempo ilimitado o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais; suspender direitos políticos, cassar mandatos eletivos e demitir ou aposentar juízes e funcionários; decretar estado de sítio e prorrogá-lo por tempo indeterminado. Fazendo decidido uso de recursos como esses, o general Emílio Médici, que havia assumido o poder em 30 de outubro de 1969 para um mandato de quatro anos e meio, protagoniza o governo do período militar em que a repressão, o silenciamento das forças de oposição, o cerceamento das liberdades públicas e as denúncias de violação dos direitos humanos atingem o ápice.
Foi nesse contexto que ocorreram centenas de prisões nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, caindo nas mãos da repressão os comitês estaduais, do PCB ficando dessa forma o partido acéfalo e seus militantes desnorteados. Poucos dirigentes conseguiram escapar da sanha repressiva. Alguns, foram para o exterior , como Luís Carlos Prestes, Davi Capistrano, Armênio Guedes, Roberto Morena, Agliberto Vieira de Azevedo, João Massena, Zuleica Alambert, Luís Tenório Lima, Armando Ziller e Lindolfo Silva.
SNI
Serviço Nacional de Informações
09 fev 1971
Relatório do IPM instaurado para apurar atividades do PCB no Rio de Janeiro
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