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OFÍCIO DA C.R.ALMEIDA SOLICITANDO ANTECEDENTES DE EMPREGADOS DA EMPRESA

Em anexo ofício da empreiteira C. R. Almeida solicitando ao DOPS – Delegacia de Ordem Política e Social – do Paraná, investigação de antecedentes políticos e sociais de trabalhadores que seriam contratados pela empresa. Esse conluio entre as empreiteiras e a ditadura era comum nos anos de ditadura e qualquer trabalhador que tivesse participado de atividades sindicais, estudantis, sociais ou comunitárias eram pessoas suspeitas de serem inimigas do regime.

O empresário Cecílio do Rego Almeida é um entre muitos empreiteiros que fizeram fortunas no período da ditadura.  Fez fortuna com o uso de métodos truculentos. Nada era obstáculo para a sua vontade.

Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.

Nos anos de ditadura ele abriu a carteira para os milicos, pois ele era um dos empreiteiros privilegiados pela ditadura e que fez fortuna por ter sido beneficiado e por beneficiar os militares no poder com corrupção, superfaturamentos e roubalheira.

Foram diversos os empreiteiros brasileiros e estrangeiros que serviram a ditadura militar no Brasil a partir de 1964, muitos foram colaboradores e financiadores do regime que se instaurava. A desonestidade nas concorrências públicas imperava. Pequenas e médias empresas construtoras se tornaram gigantescas empreiteiras. Sabe-se por farta literatura que obras imensas, chamadas faraônicas foram executadas durante aquela época.
Os superfaturamentos em muitas obras geraram uma dívida externa que levará muitas gerações para ser paga.

Historicamente sabe-se que a ditadura foi implantada através de um golpe militar no Brasil apoiado e financiado por diversas empresas nacionais e estrangeiras, muitas das quais nem mais existem. Também são internacionalmente conhecidas muitas empresas que atuaram naquela época e desenvolveram modernas tecnologias de construção em concreto armado, mas que literalmente, apesar da técnica adquirida, tiveram seu ”aprendizado” e seu ”laboratório” de pesquisas financiadas pelo povo brasileiro e à custa de endividamento externo.

Afirmam alguns que as obras de infraestrutura executadas por grandes construtoras propiciaram o surto de desenvolvimento do Brasil, e enriquecimento ilícito de muitos empresários da área industrial e principalmente empreiteiros da construção civil. ·

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