Tomando como referência histórica a Guerrilha do Araguaia, confronto armado brasileiro transcorrido entre os anos 1960 e 1970 entre militantes de esquerda e forças militares do regime ditatorial instalado no Brasil em 1964, o presente artigo almeja analisar os jogos de representações de gênero que incidiam sobre as mulheres que ingressavam nos movimentos guerrilheiros, uma vez que elas distanciavam-se dos modelos sociais concebidos e esperados para as mulheres dos anos 1960/1970. A reflexão que se propõe é sobre o contexto social das mulheres guerrilheiras, bem como uma análise de seus papéis de destaque no desenvolvimento desses movimentos, em especial a Guerrilha do Araguaia. Para tal, analisa-se um relatório produzido pelo DOI-CODI em 1977 sobre o conflito na região do Araguaia, seus embates e, principalmente, seus participantes, assim como empreende-se uma análise da historiografia produzida sobre a atuação feminina nas guerrilhas, bem como sobre esses conflitos em geral. Dessa maneira, é possível açambarcarmos, mesmo que parcialmente, a Guerrilha do Araguaia e, especialmente, as mulheres que lá atuavam, tomando em análise as representações criadas pelos órgãos repressores, bem como pelos próprios participantes da guerrilha
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