Vetado pela censura em 1973, a peça é inspirada na história de Domingos Fernandes Calabar, mulato nascido em Pernambuco, condenado à morte por ter desertado as tropas portuguesas e lutado ao lado dos inimigos holandeses no século 17. Uma clara analogia com a situação brasileira durante os anos da ditadura e com a história de Carlos Lamarca, capitão do exército que abandonou sua posição para se juntar a guerrilha armada conta o regime militar.
Impedido de ir a público na véspera da abertura, a parceria entre Chico e o cineasta Ruy Guerra era dirigida por Fernando Peixoto e considerada uma das produções teatrais mais caras da época (cerca de 30 mil dólares) e empregava mais de 80 pessoas.
Além do veto, a peça ainda custou a liberdade de muitos participantes vigiados atentamente pelo regime após o incidente.