O Centro de Informações do Exterior (CIEX) do Ministério das Relações Exteriores foi, entre 1966 e 1985, uma agência de informações dedicada a monitorar os opositores do regime militar quando localizados no exterior e atuava no sistema coordenado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI)
Inicialmente, o secreto CIEx foi camuflado como Assessoria de Documentação de Política Exterior, ou simplesmente ADOC, com verba secreta e subordinado à Secretaria-Geral das Relações Exteriores. Dos primeiros anos da ditadura até 1975, funcionou dissimulado, como seu criador, na sala 410 do quarto andar do chamado “Bolo de Noiva”, o Anexo I do Palacio do Itamarati, em Brasília. Desmontado com a ditadura em 1985, o lugar hoje abriga a inofensiva Divisão de Promoção do Audiovisual. Atuando em linha com os adidos militares das embaixadas, a tropa civil dos adidos do CIEx foi decisiva na atuação do Brasil na Operação Condor.
Enquanto ao SNI cabia a coordenação e articulação de um denso sistema de informações e de contrainformações no âmbito nacional, de acordo com os “princípios de segurança nacional e de combate ao inimigo interno, o CIEX atuava como uma linha auxiliar, monitorando a movimentação e as atividades de brasileiros no exterior – notadamente de militantes e políticos de oposição, considerados suspeitos de conspirar contra o regime. O CIEX trabalhou também com análises e monitoramento da política interna dos países vizinhos ao Brasil, principalmente Argentina, Chile e Uruguai, onde muitos brasileiros se encontravam exilados. Quando, nos anos 1970, uma onda de autoritarismo o Cone Sul e muitos dos brasileiros exilados se transferiram para a Europa , também as atividades de vigilância do CIEX se estenderam a vários países do continente europeu.
Ao longo das décadas de 1960 e 1970, o CIEX manteve, além de sua ligação original ao SNI, uma estreita colaboração com os seviços de inteligencia do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.