Cerca de 308 mil brasileiros foram fichados pela ditadura. Ao ter o nome inserido no Cada, a sigla do Cadastro Nacional do SNI, a pessoa recebia um código, precedido da letra “B” e de um número. As fichas remetem a outros arquivos, todos microfilmados. O material compreende cerca de 1 milhão de páginas sobre o dia-a-dia desses alvos da ditadura. Havia muitas dificuldades para quem fosse fichado no DOPS. O candidato a um emprego, por exemplo, no período da ditadura civil-militar, precisava apresentar um “Atestado de Antecedentes Políticos e Sociais”, mais conhecido como “Atestado Ideológico”, que era fornecido pelo DOPS a quem não tinha ficha no órgão.
O que era escrito nessas fichas nem sempre correspondiam a verdade. As informações que chegavam aos agentes que faziam as fichas quase sempre eram conseguidas mediante tortura, pelos informantes ou exageros daqueles que buscavam supervalorizar o seu serviço na máquina repressiva.