Em 1967, o empresário Sadi Bordim publicou uma nota no jornal O Estado do Paraqná, denunciando irregularidades na prefeitura de Foz do Iguaçu.
Essa atitude cidadã, causou ao pioneiro iguaçuense alguns constrangimentos, tendo, inclusive, o empresários de cruzar o Rio Iguaçu e ficar alguns dias na Argentina, “esperando a poeira baixar” como ele mesmo diz.
O documento publicado em fac-simile reflete a forma como os governos militares tratavam as pessoas que contrariavam os interesses de seus protegidos.
Especificamente neste episódio algumas coisas são bem claras:
Sadi Bordin sempre foi um homem competente em seus negócios, honrado e capaz, sem ter sido levantada qualquer irregularidade contra ele, um dos pioneiros no desenvolvimento de Foz do Iguaçu.
Sua denúncia não foi contra o coronel Clóvis Cunha Vianna, que entrou e saiu pobre em uma administração de cerca de dez anos, mas sim, contra alguns desmandos até naturais em administrações municipais em contratações de prestação de serviços.
Normal que pessoas de destaque fossem fichadas no SNI, muitas delas com parecer ‘favorável’ de idoniedade e comportamento social evidenciado pela postura e trabalho, como neste caso, creio para ambos os nomes que citei, afinal, mesmo sendo apenas um líder estudantil, eu também fui fichado no DOPS e SNI, sem jamais ter tido qualquer repressão, além de uma manifestação na praça Santos Andrade de Curitiba, não contra os militares em si ou qualquer outro movimento, senão o direito de expressão da classe estudantil, naquele epsiódio, encaminhados ao DOPS, fichados, mas sem qualquer pressão, senão o conhecimento de pessoas e suas causas.
Erros foram cometidos de vários lados, afinal, havia um processo político importante, e depois do regime militar, muitas vezes nos perguntamos, como no caso da Amazônia, onde estão as Forças Armadas, parecendo desarmadas?
O Brasil está em linha de ordem e progresso, é preciso união de todos para conseguirmos o que desejamos, o melhor para todos!
Caro Sr. Celito Medeiros, repassei esta matéria e o seu comentário para o Sr. Sady Bordin e ele ficou muito agraciado com suas palavras.
Apenas fez uma observação que o prefeito na época não era o Cel. Clóvis Vianna e sim o Osires Santos.
E a manifestação foi contra a falta de empenho do prefeito, imposto pela ditadura, em resolver os problemas da cidade e se comprometer com o desenvolvimento de Foz.
Na época, relata o Sady, teve que ficar alguns dias em Pt. Iguazu até a “poeira baixar”.