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Informe da ASI Copel, braço da ditadura militar na empresa de energia elétrica do Paraná

O arquivo se trata de uma miscelânia de documentos confidenciais do estado do Paraná,
contendo relatórios da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL), datados
do final da década de 1970 e da Assessoria de Segurança e Informações (ASI), além de
recortes de jornais variados. O conteúdo do documento evidencia conflitos trabalhistas,
fraudes administrativas, segurança no trabalho e questões políticas e sociais ligadas à
eletrificação rural. O arquivo reflete a dinâmica de um contexto histórico marcado pela
ditadura militar, evidenciando práticas de vigilância, repressão e negligência em relação
aos direitos dos trabalhadores. Empresas estatais como a COPEL eram amplamente
influenciadas por uma lógica autoritária, que priorizava a manutenção da ordem e do
controle sobre qualquer forma de contestação ou reivindicação social.
Entre os principais tópicos do documento podemos observar:
Relatos sobre conflitos e tumultos trabalhistas: Um exemplo detalhado é o episódio de
2 de dezembro de 1979, em Foz do Areia, envolvendo operários de uma empreiteira
contratada (CBPO) para a construção de uma usina hidrelétrica. As tensões foram
motivadas por reclamações relacionadas ao atraso no pagamento de salários, combinado
com o consumo excessivo de álcool. Isso culminou em quebra-quebras e confrontos
com a segurança.
Venda ilegal de explosivos: Casos de uso e comércio irregular de explosivos por
empresas e pedreiras, como uma em Dois Vizinhos, Paraná. Indícios apontam que os
materiais estavam sendo vendidos sem as devidas autorizações e utilizados para fins não
regulamentados.
Irregularidades em processos de licitação e contratos: O documento menciona fraudes
em concorrências públicas, como na aquisição de equipamentos para a usina de Foz do
Areia. Destaca-se o caso do consórcio Gie/Coemsa/Hitachi, que foi favorecido pela
diretoria da COPEL em detrimento das normas do edital e da proposta vencedora
legítima.
Conflitos com cooperativas de eletrificação rural: Críticas ao impacto negativo da
política da COPEL sobre cooperativas de eletrificação rural, impedindo a expansão
destas e favorecendo o monopólio estatal, construído sobre terror e irregularidades.
Segurança e assassinatos nos canteiros de obra: Casos de violência, incluindo
homicídios, como o do operário Vicente de Oliveira, morto por um vigia em Nova
Divinéia, no município de Pinhão.
Controle e vigilância de trabalhadores: O relatório inclui descrições detalhadas das
ações de segurança, investigações internas e medidas tomadas para controle da força de
trabalho e manutenção da ordem nos canteiros.Informe ASI COPELttttt

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