Manoel Jover Teles e o comunismo no Brasil
Eder da Silva Silveira
Tese de Doutorado em História apresentada ao programa de Pós Graduação e História, da Unisinos.
Nesse trabalho, Eder aprofunda a análise sobre as cisões dentro do PCB e de outras organizações revolucionárias na década de 50 e 60, contextualizando a biografia de Manoel Jover Teles,
acusado de ser o delator da reunião do Comitê Central do PC do B, que ocasionou a morte de três dirigentes do partido.
A chacina da Lapa ou massacre da Lapa (16 de dezembro de 1976) foi uma operação do exército brasileiro no Comitê Central do PCdoB – localizado na Rua Pio XI, nº 767, no bairro da Lapa em São Paulo – que culminou com a morte de três dos dirigentes do partido. Na ocasião o PCdoB atuava clandestinamente em função da proibição imposta pelo regime militar. Segundo inquérito interno do partido, a operação foi possível porque Manoel Jover Telles havia traído os companheiros, informando o dia e o local da reunião do Comitê Central ao Exército.1 Telles, que havia sido preso em meados de 1976, aparentemente negociara com os órgãos da repressão política e fornecera informações sobre a próxima reunião do Comitê Central (CC) do PCdoB. ” [Telles] Deu o dia e a hora por 150 mil, entregues à filha dele, em Porto Alegre”, confirmou o generalLeônidas Pires Gonçalves, durante entrevista.2 3
(acervo do pesquisador Alberto Santos)