Católico fervoroso, o advogado gaúcho Antonio Expedito Carvalho Perera , ex-militante do Partido Democrata Cristão (PDC), conservador, Perera teve uma vida intensa. Apenas uma, não: três.
Entusiasta do golpe de 64, Perera migrou do PDC para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, e chegou a esconder em sua casa o líder comunista Luiz Carlos Prestes. Quando deixou o Rio Grande do Sul, o advogado suprimiu o Expedito do nome. Esperava não ser reconhecido. E
Ex-integrantes da VPR não viam Perera como figura mergulhada na organização. Era apenas o advogado do grupo, e não um militante. Apesar disso foi perseguido pela ditadura. Depois de ser banido do país, em 1971, é que ele foi mais longe. Transitou entre a América Latina e a Europa como uma espécie de representante da VPR. Para os militares brasileiros, era um ‘terrorista de alta periculosidade’. Aliou-se ao Exército Vermelho Japonês e ao terrorista venezuelano Illich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, o Chacal. ‘Ele é um patriota e um líder revolucionário internacionalista’, definiu o terrorista, que está preso em Paris. ‘Nós lutamos pelas mesmas causas’, afirmou.
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