A repressão contra os grupos que resistiam ‘a ditadura virou o jogo com menos de dois meses de AI-5. Passou à ofensiva e aperfeiçoou suas engrenagens. Cada Arma tinha um centro de informações que, a exemplo do Cenimar, ia a campo contra a subversão. Os Dops se ligaram à estrutura militar pela Oban, iniciada em São Paulo e exportada a outros estados. Em 1970, a Oban integrou-se aos DOIs e aos Codis, que eram regionais e pertenciam ao Exército. Cada órgão tinha agentes que seguiam pessoas, grampeavam telefones, analisavam interrogatórios e recolhiam boatos para “fichar” suspeitos. A repressão compôs dossiês de pelo menos 60 mil nomes. Todos os órgãos caçavam subversivos. Prender mais, matar mais, era motivo de disputa e status.
No início da década de 70, a repressão exterminava os resistentes e, ao mesmo tempo, ampliava seus alvos – uma forma de justificar sua própria existência. Gente sem vínculo com a guerrilha virou “suspeita de subversão” e foi tratada como “inimiga”.
O perigo rondava pelas ruas, investigava as portarias dos edifícios, controlava as imobiliárias e cada barreira podia ser o ponto final do resistente. Poucos escaparam das barreiras organizadas nas ruas, avenidas e estradas.
Em 1971/72 as organizações Ação Libertadora Nacional e Movimento Revolucionário 8 de Outubro recomendaram a seus militantes para se deslocarem apenas de ônibus ou a pé.