A agente do DOI-CODI, Tenente Neuza , revelou, que na ditadura militar , a repressão para ocultar uma prisão, fazia de conta que o preso havia morrido em um confronto. Ela chama de cirquinho a encenação que os policiais e militares faziam e sempre num local público. Na encenação de tiroteio um agente caia e eles anunciavam que era um guerrilheiro e davam o nome do suposto morto.
Enquanto isso o preso, e que a ditadura havia anunciado a morte no confronto encenado, era levado para um local clandestino em Itapevi, e que eles chamavam de boate
Em entrevista ao jornalista Marcelo Godoi , a tenente Neuza conta que” um dia encontraram em um imóvel da Ação Libertadora Nacional (ALN) uma lista de agentes do DOI. O medo de que fossem alvo de represálias rondava os militares e policiais do destacamento. Para evitar que novos presos despertassem operações de resgate, por meio do sequestro de alguma autoridade, os agentes começaram a simular tiroteios nos quais os presos ‘morriam’. Era o teatro ou cirquinho. Nele se encenava a morte do detido para que os agentes pudessem interrogar sem preocupações o prisioneiro. O destino da vítima já estava selado: ela ia morrer. Mais cedo ou mais tarde. Aqui, a tenente Neuza conta como foi o teatro montado para justificar a morte de um casal da Ação Libertadora Nacional, preso pelo DOI”
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Boate em Itapevi, onde eram guardados presos que deviam morrer