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ABELARDO DA HORA, MAIOR ESCULTOR EXPRESSIONISTA DO BRASIL, FOI PRESO, TORTURADO E SUAS OBRAS DESTRUÍDAS PELA DITADURA MILITAR

 

.O grande envolvimento do poeta e artista plástico pernambucano, Abelardo da Hora, em questões de cunho social – como o apoio a criação de ateliês culturais para o povo –, a sua participação ativa em movimentos nacionalistas e a introdução da sua visão de mundo no viés das obras que realizava, trouxe para Abelardo problemas com a ditadura: tortura, perseguição, direitos políticos suspensos, 70 mandatos de prisões e destruição total de algumas obras enigmáticas.

Nascido em 31 de julho de 1924, o pernambucano Abelardo da Hora é considerado um dos maiores artistas de Recife, símbolo do movimento expressionista no Brasil e sem dúvidas, um ativista cultural que tinha um olhar social atento e muito abrangente. Foi cenógrafo da TV Tupi, participou do desenvolvimento de diversos projetos culturais em São Paulo e um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular criado em 1960 ao lado de grandes ícones esquerdistas como Ariano Suassuna, Luiz Mendonça e professor Paulo Freire. Suas obras contam com um grande acervo de poemas, pinturas, esculturas, maquetes e desenhos em exposição na Caixa Cultural São Paulo até o dia 10 de maio. No total, são 10 toneladas de material expositivo e 101 obras que trazem para o público a arte singular e reflexiva do artista pernambucano.

Desde a obra A Fome e o Brado de 1947 a Mãe com a Filha Morta de 2013, Abelardo sempre utilizou a temática social a partir do seu cotidiano como pano de fundo de sua arte inquietante e ao mesmo tempo, irreverente. Passando por obras polêmicas e cheias de mensagens subliminares na composição artística como a Torre de Iluminação Cinética (1961), o público terá contato com todas as obras de Abelardo que relatam a história do nosso país juntamente com a condição socioeconômica da sociedade brasileira, além da sua beleza artística única. Uma mostra que valoriza a cultura brasileira, sobretudo a nordestina, de forma genuína.

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