Forças Armadas

Ditadura de olho na oposição sindical dos metalúrgicos de S.Paulo

No auge da organização da oposição sindical  no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo,  os movimentos dos trabalhadores eram controlados pelos órgãos de repressão. No final da década de oitenta o País passava por uma crise econômico que atingia toda a população, notadamente os assalariados. Inflação, alto custo de vida e salários defasados fermentaram as agitações operárias e o descontentamento com as direções pelegas dos sindicatos.

O documento anexo expedido pelo Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), é um exemplo dos acompanhamentos que faziam os órgãos de inteligência da ditadura dos movimerntos dos trabalhadores.  

Assunto: Comissão do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo

Data: 07.JAN 1980

Origem: AC/SNI

Difusão: A2/IVCoMar

Difusão Anterior: CIE/CENIMAR/CIE/OSI-MTb

Informe: 008/CISA/RJ

 

 SITE DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE CAMPINAS E REGIÃO

História

 A Oposição Sindical Metalúrgica em 1978 e 1981

A primeira chapa da OSM foi montada para a eleição de 1978 e era encabeçada por Manoel Alcântara. A chapa nasceu do descontentamento que havia dentro das fábricas com relação às gestões de Cid à frente do Sindicato, pautadas por práticas imobilistas e contrárias aos interesses da categoria. As sucessivas greves tocadas exclusivamente pelos metalúrgicos sem o apoio de Cid, como a greve dos trabalhadores da antiga GE (atual Gevisa), mostraram para que lado o Sindicato estava sendo levado e que não era para o lado dos trabalhadores.

Em 1981, é lançada uma nova chapa de oposição, desta vez, encabeçada por Durval de Carvalho, que na época, tinha 22 anos e trabalhava na Cobrasma. A Oposição foi novamente derrotada, mas era o início de um movimento, que se espalhou rapidamente pelas empresas da base. Os membros da OSM atuavam de forma clandestina dentro das fábricas porque seus membros eram perseguidos e dedurados pelos pelegos do Sindicato. Os trabalhadores que se organizavam eram demitidos, entravam para uma “lista negra” e não eram recontratados por nenhuma outra metalúrgica. A pressão era muito grande porque para os empresários o Sindicato pelego era muito vantajoso.  


3º Congresso das oposições metalúrgicas, em 1983, com a presença
de Luiz Carlos Prestes, comunista histórico

 A vitória, 1984

Em 1984, os trabalhadores da Cobrasma entraram em greve e elegeram uma comissão para negociar com a empresa, completamente independente do Sindicato. Estava consolidada a oposição na categoria metalúrgica que não mais enxergava na direção do Sindicato a sua representação. Era o começo do fim para o peleguismo de Cid.

Em 1984, houve duas chapas de oposição. A chapa 2 fazia oposição a Cid Ferreira, mas não defendia um novo modelo sindical, que acabasse com o assistencialismo e estivesse engajada nas lutas da classe trabalhadora. Já a Chapa 3, encabeçada por Durval de Carvalho, lutava entre outras coisas pela construção da CUT.

Venceu a Chapa 3 com uma ampla vantagem de votos. Foi a vitória da Oposição Sindical Metalúrgica e da vontade política de construir um sindicato de luta. Foi também o fim de um modelo sindical que nunca interessou aos trabalhadores, pois nunca se envolveu de verdade nas lutas da classe trabalhadora. A posse da nova diretoria foi no dia 31 de agosto de 1984. Era o início de uma nova fase. E do desafio de colocar em prática a proposta da Oposição.


A vitória da Oposição Sindical Metalúrgica colocou o Sindicato no
caminho das lutas classistas e alavancou outras oposições

Veja os acontecimentos históricos em ordem cronológica:

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