A comunidade de informações nas ditaduras de Segurança Nacional no Cone Sul se valeu da repressão preventiva, ao vigilar e monitorar o cotidiano da população. Uma trincada, sofisticada e complexa estrutura foi montada para tal, com agentes que recebiam
treinamento e realizavam cursos em escolas especializadas, inclusive fora do seu país de origem. Essa “comunidade” era dividida em grupos específicos, com funções bem delimitadas. Entretanto, havia também as pessoas que estavam dispostas a colaborar com o
regime. Eram os chamados “informantes”.
Alberto Conrado, foi um desses espiões. Ele trabalhava para o Centro de Informações da Marinha (CENIMAR), conforme suas
declarações, e repassava seus informes para o Centro de Informações do Exterior (CIEx), órgão secreto de inteligência e espionagem vinculado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil e subordinado ao SNI. Atuou como infiltrado dentro da comunidade de asilados brasileiros no Uruguai de 1967 a 1980.
No documento anexo, Conrado assina seu informe como Altair. Nele, Conrado informa ao seu contato em Montevidéu sobre as movimentações de Albery Vieira dos Santos. O que chama a atenção é a compartimentação dos órgãos de inteligência e repressão. Em fevereiro de 1974 (data do documento), Albery fazia parte da equipe do coronel Paulo Malhães, o que, presume-se, não era do conhecimento de Conrado
O que chama a atenção é que Albery era