Eu gostaria de fazer uma dupla dedicatória deste trabalho; primeiro, em memória de Edson Souto, Marco Antônio Brás de Carvalho, Nelson José de Almeida (“Escoteiro”) e a tantos outros heróicos combatentes e guerrilheiros urbanos que caíram nas mãos dos assassinos da polícia militar, do exército, da marinha, da aeronáutica, e também do DOPS, instrumentos odiados da repressora ditadura militar.
Segundo, aos bravos camaradas – homens e mulheres – aprisionados em calabouços medievais do governo brasileiro e sujeitos a torturas que se igualam ou superam os horrendos crimes cometidos pelos nazistas. Como aqueles camaradas cujas lembranças nós reverenciamos, bem como aqueles feitos prisioneiros em combate, o que devemos fazer é lutar.
Cada camarada que se opõe a ditadura militar e deseja resistir fazendo alguma coisa, mesmo pequena que a tarefa possa parecer. Eu desejo que todos que leram este manual e decidiram que não podem permanecer inativos, sigam as instruções e juntem-se a luta agora. Eu solicito isto porque, baixo qualquer teoria e qualquer circunstâncias, a obrigação de todo revolucionário é fazer a revolução.
Um outro ponto importante é não somente ler este manual aqui e agora, mas difundir seu conteúdo. Esta circulação será possível se aqueles que concordam com estas idéias façam cópias mimeografadas ou folhetos impressos, (sendo que neste último caso, a própria luta armada será necessária).
Finalmente, a razão porque este manual leva minha assinatura é que as idéias expressadas ou sistematizadas aqui refletem as experiências pessoais de um grupos de pessoas engajadas na luta armada no Brasil, entre os quais eu tenho a honra de estar incluído. De maneira que certos indivíduos não terão dúvidas sobre o que este manual diz, e podem sem demora negar os fatos ou continuar dizendo que as condições para a luta armada não existem, é necessário assumir a responsabilidade do que é dito e feito. Portanto, anonimato torna-se um problema num trabalho com este. O fato importante é que existem patriotas preparados para lutar como soldados.
A acusação de “violência” ou “terrorismo” sem demora tem um significado negativo. Ele tem adquirido uma nova roupagem, uma nova cor. Ele não divide, ele não desacredita, pelo contrário, ele representa o centro da atração. Hoje, ser “violento” ou um “terrorista” é uma qualidade que enobrece qualquer pessoa honrada, porque é um ato digno de um revolucionário engajado na luta armada contra a vergonhosa ditadura militar e suas atrocidades.
Carlos Marighella, 1969
http://pt.scribd.com/doc/98493524/17122721-Marighela-Carlos-Minimanual-Del-Guerrillero-Urbano-1969
http://pt.scribd.com/doc/98493524/17122721-Marighela-Carlos-Minimanual-Del-Guerrillero-Urbano-1969
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O manual mostra o lado sombrio da guerrilha, dois pesos duas medidas.
Fabio, quer a lista dos 134 mortos pela ação da guerrilha onde vítimas inocentes foram atingidas ? Quem pega em armas contra uma força regular paga o preço devido.
Não restam dúvidas que se Edson Souto, Marco Antônio Brás de Carvalho, Nelson José de Almeida (“Escoteiro”) e a tantos outros heróicos combatentes e guerrilheiros urbanos que caíram nas mãos dos membros da ditadura, tivessem ganho a guerrilha, uma ditadura MUITO MAIS BRUTAL teria sido implantada aqui em nossa terra.
Possivelmente, teriamos nos dividido: Brasil do Norte, Brasil do Sul, assim como aconteceu com a Coréia ou o Vietname, ou então teríamos uma FARC brasileira a sequestrar e aterrorizar a nossa sociedade.
Já pensaram nisso? Talvez sim, mas, com certeza irão censurar este meu post e esse ato será a confirmação de tudo que ele afirma: vocês não lutavam pela liberdade, lutavam, sim, para implantar o comunismo no Brasil.
E, onde ou quando comunismo é ou foi sinônimo de liberdade?
Na terra do nunca. Estávamos errados!
Você deve ser algum reacionário idiota que não tem noção das atrocidades que esses milicos causaram a diversas familias, sendo que muitos deles ainda continuam a atuar na politica e em outras áreas como se tudo tivesse ficado escondido na obscuridade do governo militarista.
Ainda falta muito há ser conquistado e muitos á serem derrubados.