Operação Condor

Novas revelações sobre a participação da ditadura brasileira na Operação Condor

Em 28 de novembro de 1975, o general Manuel Contreras, homem de confiança do presidente chileno Augusto Pinochet Ugarte, reuniu em Santiago coronéis, majores e capitães de seis países da América do Sul. A intenção era propor um acordo de colaboração entre os países, todos governados por ditaduras militares, para lutar contra o que eles chamavam de “terrorismo internacional” – na verdade, guerrilheiros comunistas, militantes de esquerda ou simplesmente pessoas que faziam oposição à ditadura. Era o nascimento oficial da Operação Condor. E o Brasil era um dos países

Documentos emitidos pelo Departamento de Estado dos EUA e outros que eu tive acesso no Arquivo do Terror em Assunção  aportam claros indícios de que o Brasil foi uma parte nada secundária da rede de sequestros e assassinatos tecidos por generais sul-americanos.

Um desses papéis descreve de forma detalhada o sequestro do guerrilheiro brasileiro Edmur Péricles Camargo no Aeroporto Internacional de Ezeiza, em uma operação com agentes brasileiros e argentinos. O informe leva impresso o selo da “Embaixada de Brasil”, em Buenos Aires.

O Condor brasileiro tem o seu DNA na Doutrina de Segurança Nacional e atuava desde muito antes de 1975, quando se oficializou o Condor  no Chile (somado aos serviços da Argentina, Uruguai e Paraguai), ele estava organizado e contou com um esquema muito profi ssional de diplomáticos e espiões pertencentes à Chancelaria, onde se criou especialmente para este fi m o Ciex (Centro de Informações no Exterior).

Muitos militantes que haviam sido detectados pelos corpo diplomático do Ciex estando foragidos na Argentina, Chile ou Uruguai, logo foram sequestrados e assassinados pela ditadura.

 

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