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OPERAÇÃO PEQUENO PRÍNCIPE A AÇÃO DA POLÍCIA POLÍTICA NAS PRÉ-ESCOLAS OFICINA DE CURITIBA

O Paraná foi palco de acontecimentos ainda ignorados pela historiografia da ditadura civil militar brasileira. O presente trabalho busca preencher parte dessa lacuna, mostrando algumas especificidades locais do período autoritário a partir da análise de uma ação repressiva denominada Operação Pequeno Príncipe, deflagrada pela polícia política paranaense, em Curitiba, no ano de 1978, na qual onze pessoas ligadas a duas pré-escolas – Oficina e Oca – foram detidas, acusadas de doutrinar crianças de 1 a 6 anos dentro de princípios marxistas e de conspirar contra o governo Geisel.

Após quase quatro décadas, documentos encontrados no Arquivo Público do Paraná, demonstram que três sequestros ocorridos durante os anos de 1970, em Curitiba, e atribuídos ao grupo paramilitar CCC, tiveram a participação do DOI-CODI e da DOPS paranaense, esta última, chefiada pelo delegado Ozias Algauer, o “Fleury” do Paraná.

A obra discute o surgimento da Comissão de Justiça e Paz de Curitiba, cujo batismo de fogo se deu ao liderar um amplo movimento de resistência à violência estatal e clandestina, que chamou a atenção da comunidade internacional para a capital paranaense.

O humor acerca do episódio das escolinhas subversivas, também se faz presente como no caso do garoto Alvinho, personagem criado pelo cronista Carlos Novaes, que após ser doutrinado na escolinha Oficina, converteu-se ao marxismo-leninismo e começou a ter problemas de relacionamento com os pais.

Essas são algumas das narrativas que compõem esta obra cujo eixo é a história dos subversivos paranaenses, nomeados pelo cineasta Valêncio Xavier como Os Onze de Curitiba, que foram parar na cadeia porque davam “Chapeuzinho Vermelho para as crianças lerem”.

 

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