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Repressão policial e o combate ao comunismo em Apucarana – Paraná

No arquivo, encontramos quatro documentos distintos. O primeiro documento é da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, Delegacia Regional de Polícia de Apucarana, datado de 14 de abril de 1964. Ele relata os eventos que teriam culminado na suposta “Revolução contra o comunismo”, uma narrativa amplamente difundida pelo regime militar. Recheado de falácias sobre o perigo comunista que supostamente ameaçava o país, o documento justifica a tomada de poder pelos militares como uma necessidade para a preservação da ordem e da segurança nacional. Essa retórica, entretanto, esconde a verdadeira motivação por trás do golpe: a implementação de um regime autoritário que silenciava dissidências e restringia liberdades fundamentais. A construção de uma ameaça comunista foi utilizada como ferramenta para legitimar a repressão e o controle total do Estado sobre a sociedade civil, deixando um rastro de violações.

O segundo documento é um mandado de busca e apreensão domiciliar, datado de 17 de maio de 1964, emitido pelas autoridades policiais da comarca de Apucarana. Ele autoriza a apreensão de objetos considerados “nocivos” ao regime militar, evidenciando como o governo militar não hesitava em invadir a privacidade dos cidadãos sob o pretexto de garantir a segurança nacional. Tais ações reforçam o caráter arbitrário e opressor da ditadura, em que qualquer resistência ou posicionamento contrário ao regime era violentamente sufocado.

O terceiro documento é um radiotelegrama enviado em 17 de abril ao coronel Ítalo Conti, informando sobre Alor Souza Figueiredo, acusado de ser comunista e que ainda não havia sido detido. A perseguição ao comunismo não apenas justificava o uso de força bruta contra opositores, mas também criava um clima de terror que mantinha a população sob controle.

O último documento é um telegrama de 1944, enviado pelo delegado de Ordem Política e Social, proibindo viagens de “súditos japoneses” sem autorização expressa da secretaria. Ele também inclui um pedido de um cidadão japonês para continuar viajando com seu caminhão a óleo cru, transportando cereais. O solicitante explica que precisa dessas viagens para seu trabalho, tanto para transportar seus próprios produtos quanto os de outros compradores da cidade. Embora tivesse uma permissão anterior, emitida em abril de 1944, ela foi revogada devido a uma proibição imposta às viagens de súditos do Eixo, refletindo a aliança entre o Japão e as potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial. O autor apela para que as autoridades reconsiderem o caso e permitam a continuidade de suas atividades.

 

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