Imprensa PCB

Voz Operária, imprensa comunista de resistência à ditadura

A trajetória do Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 25 de março de 1922, é parte constitutiva da história do Brasil moderno. Se, na sua gênese, convergiram os ideais libertários do nascente proletariado, no seu desenvolvimento e consolidação com a força e referencial político foram sintetizados os processos de maturação do conjunto dos trabalhadores e do melhor da cultura brasileira – quando se tornou um verdadeiro partido nacional de massas, no imediato pós-guerra, o PCB revelou-se a instância de universalização de uma vontade política que fundia o mundo do trabalho com o mundo cultural.

Intelectuais do porte de Astrojildo Pereira ( um de seus fundadores), Caio Prado Jr., Graciliano Ramos e Mário Schenberg vinculavam-se aos projetos sociocêntricos que tinham nas camadas proletárias o sujeito real da intervenção social. Se a história do PCB foi marcada por uma sistemática repressão, que compeliu à clandestinidade por mais de um quinto de sua existência e que entregou ao povo brasileiro boa parte de seus maiores heróis do século XX, nem por isto o PCB foi um partido marginal. ao contrário: da década de vinte aos dias atuais, os comunistas – com seus acertos e erros, mas especialmente com sua profunda ligação aos interesses históricos das massas trabalhadoras brasileiras – participaram ativamente da dinâmica sócio-política e cultural do país. Por isto mesmo, resgatar a história do PCB é recuperar a memória de um Brasil insurgente e comprovar que só pode fazer futuro quem tem lastro no passado. Esta história, através de seus momentos mais significativos, pode ser visualizada em sete momentos que, distintos, compõem uma unidade essencial – a unidade tecida pelo fio vermelho do compromisso socialista.

Através de sua história o PCB editou vários jornais e revistas, como por exemplo, O Momento, Tribuna Operária, Classe Operária, Voz Operária, Imprensa Popular, Problema da Paz e do Socialismo e Voz da Unidade.

Documento Revelado: Edição do jornal Voz Operária/1974

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5 comentários

  1. Marilia Benevenuto diz:

    Caro Aluízio,

    Desejo exprimir minha admiração por continuares lutando para clarear e preservar a memória histórica do Brasil . Luta para que não se repitam as insanidades cometidas sob o regime militar.
    Sou filha de exilado político, que foi torturado e, possivelmente, assassinado durante a ditadura. Foi anistiado pós-mortem.
    Me solidarizo vivamente,
    um grande abraço,
    Marilia

    1. Obrigado Marília
      abraços

  2. Manoel Jorge Tavares diz:

    Parabéns peça nobre e corajosa iniciativa de criar este site, uma das formas que não deixar a historia de terror da ditadura militar fascista ser esquecida, como pretendem os governantes pós 1985.
    Fui militante de base do PCB na década de 70, atuando através da Ação Católica Operaria em Recife/PE, na Arquidiocese de Olinda e Recife, sob o arcebispado do grande e saudoso Dom Helder Camará.
    Como o companheiro deve saber, a repressão da ditadura militar fascista foi feroz em todo o país, mas especialmente no Nordeste por conta das Ações Católicas, movimentos onde ainda era possível se fazer um trabalho de base, conscientização, movimentos estes como Ação Católica Rural, Ação Católica Universitária, que abrigava camaradas/companheiros ligados a partidos proscritos, ou seja, era a única forma de atuar na legalidade.
    Devido a perseguição a Dom Helder Camará, vários militantes foram presos e torturados nas instalações d o 4º exercito, em Recife, atitudes tomadas pelos fascista como revanche, já que não se atreviam a tocar/prender o arcebispo devido ao seu reconhecimento internacional em denunciar o regime que tinha implantado o terror na nossa pátria.

    Mais uma vez, parabéns pela tua iniciativa, pois e as novas gerações pós 64, 68 e novas gerações precisam conhecer a nossa historia, única forma de evitar que o terror volte a se repetir.

    Estarei disposto a colaborar no que for possivel

    Saudações Fraternas

    Manoel Jorge Tavares

    1. Olá Manoel,
      obrigado pelo apoio. Sobre Dom Helder nem tudo foi contado.
      O Arcebispo é um ícone na luta pelos direitos humanos. Todos nós devemos muito a ele.
      Abraços
      Aluízio

  3. Olá,
    Vocês tem algum material digitalizado do jornal “Voz da Unidade”, tipo 1981?
    Gostaria de fazer algumas pesquisas com ele.

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