Quando eu fui preso, em 4 de abril de 1969, os agentes da ditadura militar encontraram entre meus pertences um caderno de anotações.
Apesar de que no caderno só constavam “nomes de guerra”, essas anotações foram o meu inferno. Foram horas e dias de tortura para eu dar os nomes verdadeiros dos companheiros listados no caderno. Pra dar fim às torturas físicas eu tive de montar uma história. Foi o jeito que encontrei na hora , pois não sabia de meu limite pra aguentar as torturas e segurar as informações.
Aliás, a história foi coerente, bem amarrada e e confirmei em todos os centros de tortura por onde passei.
Em anexo, parte do caderno resgatado nos arquivos da ditadura e o depoimento
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