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DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ, ÚNICO JORNAL PARANAENSE DE OPOSIÇÃO A DITADURA MILITAR

DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ:
ÚNICO JORNAL PARANAENSE DE OPOSIÇÃO A DITADURA MILITAR
Do mês de janeiro até o mês de setembro de 1977, uma equipe de jovens jornalistas escolhidos a dedo por um redator-chefe que por três vezes tinha sido preso pelos órgãos de inteligência e repressão(DOI-CODI e DOPS) do regime militar e que no período mencionado respondia a um processo de segurança nacional, pois fazia poucos meses que tinha saído da prisão transformaram o DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ, da cidade de Maringa, no único jornal paranaense que corajosamente fazia ferrenha oposição ao regime implantado pelos generais brasileiros no dia O1 de abril de 1964.
Com uma prática radical libertadora de fazer jornalismo, o novo redator-chefe de formação marxista comandou um grupo de jovens jornalistas idealistas de variadas tendências de esquerda que deram um salto de qualidade na imprensa maringaense que passou a viver um dos momentos mais bonitos e afirmativos de toda a sua história.
Para ilustrar e exemplificar a ousadia do redator-chefe e a intrepidez e coragem da equipe de jornalistas que ele liderava vamos estampar algumas manchetes que sacudiram os leitores do DIÁRIO e impactaram as autoridades civis e militares que apoiavam os generais que governavam o Brasil:
“LUIZ CARLOS PRESTES E’ ENTREVISTADO EM PARIS”(O Diário do Norte do Paraná foi o primeiro jornal do interior do país a veicular em manchete o nome do lendário lider revolucionário brasileiro exilado na Europa);
“ FORÇA POLICIAL MOBILIZADA PARA PROIBIR DEBATES SOBRE CONSTITUINTE E DIREITOS HUMANOS EM LONDRINA”;
“ACCIOLY NETO: ESSA ARENA QUE ESTÁ AÍ E’ SERVI-L, INCAPAZ E ESTÁ SE AFASTANDO DO POVO”;
“OFICIAL DO EXÉRCITO BAGUNÇA NO PARQUE EXPOSIÇÃO”;
“SECRETÁRIO DA JUSTIÇA COMANDA A REPRESSÃO EM CAMPO MOURAO”.
Essas manchetes normais na epoca atual eram temerárias e desafiadoras na Ditadura Militar.
Em tempo: O Diário abriu fogo contra a TFP quando a organização de extrema direita visitou Maringa e desafiando a proibição do SNI, deu destaque máximo a conferência do professor DALMO DE ABREU DALARI da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, aos acadêmicos de Direito da cidade de Umuarama.
Homenagem aos intrépidos jornalistas sonhadores que imaginavam na década de 70 do século XX, em plena ditadura poder fazer um jornalismo combativo, crítico e de denúncias:
JOSÉ CARLOS STRUETT(primeiro chargista da imprensa da cidade de Maringa), ERNESTO LUIZ PIANCO’ MORATO( brilhante intelectual, três vezes campeão de oratória da Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Maringa-UEM), MANOEL MESSIAS MENDES( a maior vocação de jornalista da imprensa maringaense), EDILSON PEREIRA DOS SANTOS, PEDRO CHAGAS NETO, ADAURI ANTUNES BARBOSA, ANESIO FOLEISS, CLÁUDIO FOLEISS, ROBERTO DE FREITAS PARDAL e OLICIO MONTEIRO, o PROFETA, incluímos com ênfase o pessoal do esporte que não tinha vínculo nenhum com a posição ideológica dos colegas que devotavam admiração e verdadeira amizade ao VALDIR PINHEIRO e seu fiel escudeiro ANGELO RIGON.
(TEXTO DE AUTORIA DE LAÉRCIO SOTTO MAIOR)
Avistamos na foto a redação do Diário do Norte em 1977, aparecendo em primeiro plano o Editor-Chefe Laercio Souto Maior

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1 comentário

  1. Muito interessante. Como não foi interditado esse jornal, desde que na época nada era permitido.

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