Em 1972, Elke Maravilha estava no Aeroporto Santos Dumont quando viu na parede um cartaz de procurados políticos pela ditadura militar.
O cartaz estampava a foto de Stuart Angel, filho de Zuzu. Elke retirou e rasgou em pedacinhos.
Esse simples ato de revolta lhe causou a prisão. Anexado ao processo estava o cartaz rasgado, acusada de prejudicar a localização do rapaz foragido. Cinismo dos militares, como se não soubessem que Stuart morrera torturado barbaramente nas dependências da Base Aérea do Galeão em 14 de junho de 1971, arrastado por um carro com a boca pendurada ao cano de descarga.
Elke passou seis dias presa e perdeu a cidadania brasileira. Só foi libertada por ajuda do advogado de sua amiga Zuzu. Por anos foi uma apátrida, até que requisitou a cidadania alemã, que teve até falecer há dois anos, em 16 de agosto.