Estrella Dalva Bohadana era estudante de arquitetura e militante da Juventude Operaria Católica, quando foi presa em dezembro de 1970. Logo apos sua prisão, foi levada para o 1º BIB, em Volta Redonda. Na primeira noite no quartel do Exército recebeu tapas no rosto, socos no estômago, “telefones” e começaram os choques nos seios, nas mãos, na língua e na vagina.
Estrella dormia numa cela gelada, isolada, que na segunda noite já não tinha mais colchão e deitava-se sobre as molas de ferro, onde era amarrada. Durante a madrugada, em que militares entravam na penumbra, e alisavam seu corpo que estava nu e amarrado na cama de molas de ferro, sem colchão.
Numa noite, Estrela estava nua, amarrada nas molas de colchão onde aplicavam choques elétricos. De repente, entra um seminarista também preso que baixava o rosto para não vê-la nua e os torturadores gritavam: “olhe, olhe essa puta comunista” e o seminarista, bastante machucado, desviava o olhar. Diante dessa situação, Estrela falou, “olhe para mim, eu não estou nua, estou vestida com nossos sonhos que não conseguirão destruir”
Nas seções seguintes, além dos choques mais intensos, foi pendurada no pau-de-arara e foi queimada com cigarros. Alguns dias depois, foi encaminhada para o DOI CODI. Novamente, mais choque, muito pau-de-arara e socos. Após dias de torturas, seu corpo estava muito debilitado, estava grávida e sofreu aborto, com muita hemorragia.
Parabéns,camarada. Suas publicações tão bem documentadas revelam os fatos históricos de lutas de nossa geração.
Este trabalho do Aluízio Palmar é imprescindível!
Parabéns, Aluízio!
Obrigado Eliete