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NEM AS MARCHINHAS E SAMBAS DE CARNAVAL, ESCAPAVAM DA CENSURA DA DITADURA MILITAR.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS

PARECER 3802/80

Durante a ditadura militar, tal qual acontecia com letras de músicas, peças de teatro e filmes, o carnaval não escapava às tesouras da censura. Todos os blocos de rua, clubes, cordões e escolas de samba, dos mais simples aos mais ricos, tinham de montar extensos dossiês com toda a documentação que pudessem produzir para explicar, tintim por tintim, os detalhes do seu carnaval. Mandavam as letras com as piadas e trocadilhos enunciados e, depois de todo o trabalho, restava torcer pela aprovação dos censores. Só assim poderiam ganhar as ruas.

O frevo carnavalesco Menina Corneteira, de  Vanildo Ricardo da Silva, é um exemplo. Os censores vetaram o que eles chamaram de “graciosa canção” porque viram na letra ilações pornográficas.  Na justificativa do veto os censores dizem : “A presente letra, na prática popular seguramente le
vará os versos “Que tem a bochecha gordinha”, e “”Venha tocar na bandinha”, a uma corruptela, face a uma proximidade/
fonética entre o vocábulo buchecha com a gíria  pornofonia”buceta” e o vocábulo bandinha com o vocábulo pejorativo “bundinha”.

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