Cinco anos antes de ser assassinada na tortura em 1972, Helenira Rezende foi presa por ter pixado o muro da Faculdade Mackenzie com a frase “Abaixo as leis da ditadura.
Em anexo Auto de Qualificação e Interrogatório de Helenira Rezende, no DOPS de São Paulo, no dia 16 de novembro de 1967.
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HELENIRA REZENDE DE SOUZA NAZARETH
Militante do Partido Comunista do Brasil (PC do B).
Nasceu em Cerqueira Cesar, SP, no dia 19 de janeiro de 1944, filha de Adalberto de Assis Nazareth e Euthália Resende de Souza Nazareth.
Desaparecida, desde 1972, na Guerrilha do Araguaia, quando contava 28 anos. Integrante do Destacamento A das Forças Guerrilheiras. Este Destacamento passou a chamar-se Helenira Resende após sua morte.
Morta a golpes de baioneta, em 29 de setembro de 1972, depois de metralhada nas pernas e torturada. Enterrada na localidade de Oito Barracas.
No Relatório do Ministério da Marinha encontra-se a cínica “informação” de que se encontra foragida. No arquivo do DOPS/PR, o nome de Helenira consta em uma gaveta com a identificação: “falecidos”.
Declarações da ex-presa política Elza de Lima Monnerat, em Auditoria Militar, à época, afirmam que “… Helenira, ao ser atacada por dois soldados, matou um deles e feriu outro. Metralharam-na nas pernas e torturaram-na barbaramente até a morte…”.
De 1969 a 1972 (mesmo após sua morte na Guerrilha do Araguaia) sua família foi chamada a prestar declarações ao DOPS/SP e ao II Exército.
Em 6 de junho de 1979, um jornal publicou sobre Helenira que: “…o lugar onde estava virou uma poça de sangue, conforme falaram soldados do PIC (Pelotão de Investigações Criminais)… e confirmaram que a coragem da moça irritou a tropa. Helenira foi morta a baionetadas!” No jornal “A Voz da Terra”, de 8 de fevereiro de 1979, há uma extensa matéria que, sob o título “A Comovente História de Helenira”, conta a história dessa combatente pela liberdade no Brasil. Até hoje, sua família, oficialmente, de nada foi informada.
Em sua homenagem, a Lei 9497 de 20/11/97 da Câmara Municipal de Campinas, dá o nome de Helenira Rezende de Sousa Nazareth à antiga rua 3 do Residencial Cosmo I.
Participou do movimento estudantil dos anos de 1967 a 1970, sendo eleita para a diretoria da UNE, período de 1969/70. Foi presa e torturada pela “famigerada equipe do Fleury”. Posteriormente passou a viver na região do Araguaia onde se dedicava à agricultura. Em entrevista a um jornalista, na floresta, relembrou acontecimentos dos anos do movimento estudantil, afirmando: “Esse regime que ensangüenta o Brasil precisa ser derrubado. Isto está na cabeça e no coração de milhões de jovens.” Na mesma ocasião da entrevista enviou uma mensagem de confiança aos estudantes: “Empunhem firmemente a bandeira da liberdade, não dêem trégua à ditadura; quem persiste na luta acaba triunfando”.
No dia 29/09/72, cercada por tropas da reação, não se amedrontou. Recebeu uma rajada de metralhadora nas pernas e verteu muito sangue; mesmo assim continuou resistindo até a última bala, matando um soldado e ferindo gravemente outro. Ao ser presa, ainda viva, gritou a seus algozes: “Os companheiros me vingarão!”. Foi assassinada em seguida, tendo o seu corpo sido enterrado na localidade chamada Oito Barracas.
Helenira honrou a juventude brasileira e ressaltou também o papel da mulher na luta pela liberda
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