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“ROCK DAS ARANHAS” E OUTRAS MÚSICAS DE RAUL SEIXAS FORAM CENSURADAS PELA DITADURA MILITAR

Cerca de 11 músicas de Raul seixas foram censuradas pela ditadura militar.

No indeferimento de liberação para “Rock das A

ranhas”, o Técnico de Censora, escreveu no despacho:

“A letra musical, supracitada, começa por descrever, de modo chulo e direto, um relacionamento homossexual feminino, para logo em seguida relatar o ato heterossexual., A linguagem também é grosseira e clara, quando denomina os órgãos ‘sexuais femininos de “aranha” e o masculino de “cobra termos já conhecidos popularmente.
Por considerar a obra de baixo nível e imprópria para o gênero proposto, o qual atinge o público em geral, opinamos pela NÃO LIBERAÇÃO, pois a matéria tem por objetivo único explorar a perversão sexual.”

Uma de suas músicas rendeu sua prisão, juntamente com Paulo Coelho.

Raul Seixa e Paulo Coelho, foram levados ao Dops no início de 1974. “O que significa Krig-ha, bandolo!?”, quis saber o policial. “Cuidado com o inimigo!”, respondeu Paulo Coelho, segundos antes de perceber o duplo sentido da frase. Os policiais não acreditaram quando ele jurou que era apenas um grito de guerra proferido por Tarzan nos quadrinhos. “Que inimigo, o governo?”. No DOI-Codi, também perguntaram sobre uma tal Sociedade Alternativa, citada num gibi encartado no álbum. Com esse nome, só podia ser uma organização subversiva, vinculada a algum grupo de esquerda…

A casa de Raul foi invadida por agentes em busca de documentos que comprovassem a existência da sociedade. Paulo Coelho apanhou na prisão. Àquela altura, o segundo álbum de Raul, Gita, já estava na prensa, com uma foto do cantor usando uma boina de Che Guevara na capa e, o que era pior, com a música Sociedade Alternativa, também de Raul e Paulo, com o verso-protesto “faça o que tu queres, pois é tudo da lei”.

“Sociedade Alternativa” foi vetada nos shows, inaugurando não apenas um período de perseguição que renderia duas dezenas de canções censuradas em um par de anos, mas também um autoexílio em Nova York, em julho de 1974. Raul acabaria voltando ao Brasil naquele mesmo ano em razão do sucesso de Gita, com a qual amealhou seis discos de ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas.

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