DOPS dos Estados Repressão

CARTA ABERTA DOS PROFISSIONAIS DA RÁDIO NACIONAL DEMITIDOS PELA DITADURA

 

Logo após o golpe civil-militar de 1º de abril de 1964, começaram as perseguições em todo território nacional. O macartismo tomou conta até dos meios de comunicação com os dedos-duros apontando colegas como “comunistas” para estarem bem como os novos donos do poder. No rádio dois nomes surgem em evidência como delatores: os dos apresentadores Cesar de Alencar e Flávio Cavalcanti, apontados um e outro como responsáveis pela demissão, em um primeiro momento, de 149 funcionários da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, muitos deles arrolados posteriormente em Inquérito Policial Militar como participantes de uma suposta célula do PCB na emissora.

Não era preciso provar, bastava fazer a acusação, que os militares encarregados do inquérito cuidavam do resto. Ainda que o resultado final fosse a absolvição, os radialistas, a essa altura, já tinham perdido seus empregos, sem condições de retorno à profissão, num campo de trabalho restrito e, de certa maneira, controlado pelo Ministério das Comunicações, que podia aplicar sanções às emissoras, suspendendo temporariamente as transmissões e até cassando seu alvará de funcionamento.

Entre os profissionais da Rádio Nacional estão Oduvaldo Viana (pai), o criador da radionovela brasileira, encontrava-se entre as primeiras vítimas. Foi demitido da Rádio Nacional num “listão” que incluía também Heitor dos Prazeres, Ghiaroni, Mário Lago, Jararaca e Dias Gomes. As novelas de Oduvaldo continuaram sendo retransmitidas pela Rádio Nacional, mas o nome do autor foi omitido, configurando-se em apropriação de direitos autorais. Oduvaldo Viana Filho teve censurada a sua obra-prima, “Rasga Coração”, pelo que a divulgação do texto era feita em serões literários.

http://www.scribd.com/doc/127588150/Demitidos-Radio-Nacional

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